Se tem uma coisa que pega muita gente desprevenida é o pleonasmo. Quem nunca disse, mesmo sem querer, “entra pra dentro” em algum momento da vida, que atire a primeira pedra. O pleonasmo é um recurso linguístico que utiliza a repetição de um termo ou ideia com o objetivo de trazer maior clareza ou ênfase.
Dependendo do contexto ou da intenção de quem fala, o pleonasmo pode ser uma figura de linguagem ou até mesmo um desvio da norma padrão. Mas, em geral, ele é usado com a intenção de enfatizar a mensagem que alguém quer transmitir ao outro.
Um fato interessante sobre o pleonasmo é que muitos poetas e escritores escrevem seus textos enfatizando conceitos ou termos para chamar a atenção do leitor. Portanto, como o uso do pleonasmo na linguagem literária, tem o objetivo de gerar mais expressividade, o mesmo não é considerado um erro gramatical, mas sim uma licença poética.
Contudo, na comunicação cotidiana, qualquer repetição desnecessária de palavras é conhecida como pleonasmo vicioso, ou seja, um vício de linguagem que, em alguns casos, é considerado inaceitável. Pensando em melhorar sua comunicação, a seguir, vamos apresentar 50 dos pleonasmos mais comuns falados, para que você possa se policiar quando estiver conversando.
Pleonasmos mais falados
Alguns dos pleonasmos mais falados, levando em consideração a frequência em que cada um costuma ser usado ou é reconhecido quando vamos nos comunicar:
- Abusar demais;
- Acabamento final;
- Adiar para depois;
- Amanhecer o dia;
- Antecipar para antes;
- Arder em chamas;
- Baseado em fatos reais;
- Cego dos olhos;
- Certeza absoluta;
- Comparecer pessoalmente;
- Conclusão final;
- Consenso geral;
- Continuar ainda;
- Conviver junto;
- Dar de graça;
- Decapitar a cabeça;
- Descer para baixo;
- Duas metades iguais;
- Dupla de dois;
- Empréstimo temporário;
- Encarar de frente;
- Entrar para dentro;
- Estrelas do céu;
- Fato verídico;
- Gritar alto;
- Há muitos anos atrás;
- Hemorragia de sangue;
- Infarto do coração;
- Introduzir para dentro;
- Labaredas de fogo;
- Limite extremo;
- Maluco da cabeça;
- Manter o mesmo;
- Monopólio exclusivo;
- Multidão de pessoas;
- Ouvir com os ouvidos
- Panorama geral;
- Pisar com os pés;
- Planejar antecipadamente;
- Planos para o futuro;
- Preparar de antemão;
- Prevenir antes;
- Protagonista principal;
- Repetir de novo;
- Retornar de novo;
- Sair para fora;
- Seguir em frente;
- Subir para cima;
- Surdo do ouvido;
- Todos foram unânimes;
- Voltar atrás.
Compreendendo o pleonasmo
O pleonasmo é uma técnica de linguagem onde se repete uma ideia, de forma a construir ou enfatizar um ponto. Essa repetição pode surgir de diversas maneiras na estrutura de uma frase, classificando-se em três categorias principais: vicioso, literário e musical.
O pleonasmo vicioso é basicamente quando repetimos algo sem necessidade, criando redundâncias que, na fala do dia a dia, podem até passar desapercebidas, mas são vistas como deslizes na norma culta da língua.
Por outro lado, o pleonasmo literário é intencional e serve como uma ferramenta estilística. Escritores o utilizam para dar mais força a uma ideia ou descrição, como no caso de dizer “silêncio quieto” para enfatizar a profundidade do silêncio. Aqui, a repetição não é um erro, mas uma escolha deliberada para enriquecer o texto.
Na música, o pleonasmo também encontra seu lugar, especialmente em letras de canções onde a ênfase ou a rima precisam de um reforço. No entanto, essa liberdade criativa às vezes pode ser confundida com o pleonasmo vicioso, especialmente se a repetição não contribuir significativamente para o conteúdo ou forma da obra.
Em resumo, enquanto o pleonasmo pode ser visto como um deslize linguístico no cotidiano, na arte e na literatura, ele se transforma em uma ferramenta expressiva poderosa. Os criadores, nesse contexto, desfrutam de uma “licença poética” para brincar com a linguagem de maneiras que, embora possam ser tecnicamente incorretas, são artisticamente válidas e apreciadas.
F.: meu valor
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