A AstraZeneca admitiu que sua vacina contra Covid-19 pode causar trombose em uma minoria dos inoculados. Em uma ação coletiva no Reino Unido, 51 afetados buscam uma indenização de 645 milhões.
Um dos casos destacados é o de Jamie Scott, que desenvolveu uma lesão cerebral permanente após receber a vacina em abril de 2021. Embora a empresa conteste casos individuais, ela reconhece que seu imunizante pode causar a síndrome de trombose com trombocitopenia (STT) em casos raros.
A AstraZeneca enfatiza, no entanto, que sua vacina não é uma causa comum da STT e que essa condição pode ocorrer mesmo na ausência do imunizante.
A morte de Bruno Graf, de 28 anos, em 28 de agosto de 2021, foi atribuída à Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT) após receber a vacina da AstraZeneca. Outros casos de brasileiros na mesma faixa etária também foram relatados.
O Reino Unido havia retirado a recomendação da vacina para menores de 40 anos antes do Brasil, que demorou 600 dias para seguir o exemplo. Vários países suspenderam o uso da vacina devido à STT, incluindo Dinamarca, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia e Luxemburgo. Um estudo publicado na revista Vaccine indicou que a incidência de STT entre os vacinados com a Vaxzevria (nome oficial da vacina da AstraZeneca no Brasil) é 223% maior do que o normal.
A bula mais recente da Vaxzevria menciona a trombocitopenia como efeito colateral comum, mas considera a STT um evento muito raro, ocorrendo em menos de 1 em 100 mil indivíduos vacinados, apesar de algumas subestimações. A Vaxzevria é uma vacina de vírus recombinante que utiliza um vírus diferente do vírus da Covid-19 para estimular as defesas do organismo.