O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno genético multifatorial de diagnóstico clínico. Caracteriza-se como um transtorno do neurodesenvolvimento que traz prejuízos clinicamente significativos desde cedo. É inato, ou seja, a criança já nasce com essas inabilidades, que se manifestam conforme a demanda.
Características do autismo
O autismo é definido como um “conjunto de alterações complexas do desenvolvimento, de origem neurobiológica, caracterizado pela presença de prejuízos na interação social, comunicação, e padrões de comportamentos restritos, repetitivos e estereotipados, de início precoce” (Dr. José Salomão Schwartzman). A herdabilidade do autismo é estimada em 52%, embora múltiplos fatores ambientais também estejam envolvidos.
Prevalência e diagnóstico
Atualmente, a prevalência é de 1 em cada 36 crianças. Em uma sala de aula, a prevalência de transtornos do neurodesenvolvimento é de 17%, com 1 em cada 4 crianças apresentando algum transtorno, não necessariamente TEA. O diagnóstico precoce é crucial para determinar o prognóstico do transtorno, sendo as terapias o pilar do tratamento. É importante iniciar o tratamento dos sintomas e prejuízos independentemente da confirmação do diagnóstico, visando proporcionar funcionalidade e bem-estar ao indivíduo.
Importância do diagnóstico diferencial
Crianças com prejuízos auditivos ou visuais podem apresentar atrasos no desenvolvimento e comportamentos semelhantes ao TEA. Portanto, é essencial realizar uma avaliação criteriosa com oftalmologista e otorrinolaringologista.
Comorbidades associadas ao TEA:
TDAH: 35,3%;
Ansiedade: 20%;
Depressão: 11%;
Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI): 21,7%;
Epilepsia: 21% com TDI, 8% sem TDI;
Problemas de Coordenação Motora: 37%;
Transtornos Gastrointestinais, como constipação: 22%.
Tendências recentes
Há uma crescente prevalência de diagnósticos de autismo em adultos (2,2%), provavelmente devido às mudanças nos critérios diagnósticos, maior conscientização, aprimoramento dos diagnósticos e maior acesso a serviços especializados. A definição atual de autismo inclui um amplo espectro de manifestações, contribuindo para o aumento da prevalência.
Mais informações: Dra. Walewska Ferreira Ribeiro – Médica Psiquiatra – CREMERS 21.515 / RQE 13.422. Contate o CAIS.
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