Uma denúncia grave colocou o GHS na mídia. Conforme o diretor Rúderson Mesquita, um casal de médicos responde a um processo por cobrar das pacientes os partos que já são pagos pelo SUS. Em entrevista exclusiva, o diretor do hospital relata como a situação foi descoberta, quais medidas foram tomadas e a preocupação com a postura de outros médicos que aderiram à recusa no atendimento pelo SUS após a denúncia.
Expresso – Obrigado por essa entrevista. Vamos começar falando sobre essa denúncia grave. Como o hospital descobriu que havia médicos cobrando pelos partos realizados pelo SUS?
Rúderson Mesquita – Infelizmente, essa situação veio à tona através da nossa ouvidoria. Recebemos denúncias de que um casal de médicos estaria cobrando valores entre R$ 500 e R$ 2.000 para a realização de partos pelo SUS. O que nos chocou profundamente foi a vulnerabilidade dos pacientes que estavam sendo lesados, pessoas sem condições de arcar com qualquer tipo de pagamento.
Diante dessas denúncias, quais foram as medidas tomadas pelo hospital?
Rúderson – Imediatamente levamos o caso ao conhecimento da Polícia Federal, já que o SUS é um sistema federal, e ao Ministério Público Estadual de Santiago. Internamente, utilizamos os estatutos do hospital para descredenciar o casal de médicos.
Reação dos médicos:
E como eles reagiram a essa medida?
Rúderson – Eles entraram na justiça e conseguiram uma liminar para continuar trabalhando no hospital, mas sem atender pelo SUS. O que é um absurdo! Alegam que não querem mais atender pelo sistema público de saúde.
Essa situação se agravou com a adesão de outros médicos a essa recusa em atender pelo SUS?
Rúderson – Exatamente! Outros quatro médicos aderiram ao movimento, totalizando seis profissionais. Eles também foram descredenciados, pois o hospital é filantrópico e 80% da nossa estrutura é mantida com recursos públicos. Não podemos permitir que utilizem os equipamentos adquiridos com dinheiro público apenas para atender pacientes particulares.
A recusa desses médicos em atender pelo SUS impacta diretamente no atendimento à população? Como o hospital está lidando com essa situação?
Rúderson – Sem dúvida, essa situação causa um grande impacto. Tivemos que buscar médicos de fora para suprir a demanda e garantir o atendimento à população, principalmente em um serviço essencial como a maternidade.
O senhor acredita que a atitude desses médicos abre um precedente perigoso para outros hospitais filantrópicos?
Rúderson – Acredito que essa situação precisa ser debatida em âmbito estadual e nacional. É um absurdo, um médico, que faz um juramento ao se formar, se negar a atender pelo SUS, principalmente em cidades onde o hospital filantrópico é a única opção para a população. Confiamos na justiça para que essa situação seja resolvida e que os médicos cumpram com sua obrigação de atender a todos, independente de convênio.
Para finalizar, gostaríamos de entender como o senhor se sente diante dessa situação, principalmente com a intimidação que o senhor sofreu por parte de um dos médicos denunciados.
Rúderson – É lamentável e revoltante. É inadmissível que um profissional da saúde aja dessa forma, coagindo testemunhas e intimidando até a mim, que sou o diretor do hospital e testemunha-chave nesse caso.

Flagrado pelas câmeras
Ele foi flagrado por câmeras de segurança do hospital no momento em que fotografava o meu carro. Isso mostra a total falta de limites e a gravidade da situação. Mas não vamos nos intimidar, vamos continuar lutando para garantir que a saúde seja um direito de todos e que esse tipo de conduta seja punida.
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Esse homem merece nosso respeito, admiração e com certeza nossas orações por sua vida e de sua família.
Por homens como você que nosso país precisa.
Em particular como acadêmica de enfermagem vi o esforço que ele faz para manter o hospital com uma conduta reta e branca .
Eu o vi inúmeras vezes passando pelas unidades e principalmente onde se atende pelo SUS.
Ele faz as coisas acontecer.
Ele cuida pessoalmente.
Parabéns senhor Ruderson.