Uma operação do Ministério Público do Espírito Santo, iniciada em 1º de agosto, visou uma organização criminosa formada por juízes e advogados, suspeitos de fraudar processos judiciais para desviar heranças.
A Operação Follow The Money resultou na prisão do juiz Bruno Fritoli e na imposição de tornozeleira eletrônica ao juiz Maurício Camatta Rangel.
A ação incluiu sete mandados de prisão preventiva, 30 de busca e apreensão, dois afastamentos de agentes públicos e 13 suspensões do exercício profissional.
Segundo o Ministério Público do Espírito Santo, advogados apresentavam ações judiciais contra pessoas falecidas com grandes quantias em contas bancárias.
Esses processos, frequentemente com falhas formais, eram direcionados ao juiz Maurício Camatta Rangel, que atuava na 4ª Vara Cível de Vitória.
Se o caso caísse com ele, as falhas eram corrigidas; caso contrário, o processo era extinto. Os advogados informavam falsamente ao juiz sobre acordos entre as partes, que ele rapidamente homologava, resultando no bloqueio de valores das contas dos falecidos ou seus espólios.
Segundo o procurador-geral de Justiça do Espírito Santo, as ações indicam “diversas infrações penais graves”, como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude processual, falsificação de documento público, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.