Em 1977, a italiana Pinin Brambilla, especialista na conservação de afrescos renascentistas, se deparou com um desafio imenso: restaurar A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. A obra, coberta por camadas de gesso e tinta, estava irreconhecível. “Tive que me perguntar se era mesmo um Leonardo”, contou ela à BBC em 2016.
Brambilla dedicou mais de 20 anos ao trabalho meticuloso de remoção das intervenções anteriores, que haviam alterado expressões e características dos apóstolos. Mateus, por exemplo, parecia um homem idoso e deformado. Até Jesus havia perdido parte de sua beleza original.
Seu objetivo era devolver à obra o caráter de cada personagem. “Foi muito emocionante”, afirmou. Mas a tarefa era ainda mais complexa por conta de um “grande erro” de Da Vinci: ao optar por pintar sobre a parede seca, e não com a técnica tradicional de afresco, o mural começou a se deteriorar quase imediatamente após ser finalizado em 1498.

Apesar disso, Brambilla conseguiu devolver à obra parte de sua essência — e garantir que ela resistisse ao tempo. A artista faleceu em 2020.
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