O documentário Todos nós por todos nós, lançado pelo governo do RS no fim de abril, tem gerado polêmica. A produção, que mostra a reconstrução do Estado após as enchentes de 2024, vem sendo acusada de ter mais foco na imagem do governador Eduardo Leite (PSD) do que na tragédia em si.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa já levou o caso ao Ministério Público Estadual. E o deputado federal Paulo Pimenta (PT), ex-ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, acionou o Ministério Público Federal (MPF) pedindo não só a apuração dos fatos, mas também a suspensão da veiculação do vídeo.
O filme tem 42 minutos e mostra imagens fortes da destruição causada pelas enchentes, dos resgates e dos esforços de reconstrução. Traz depoimentos de vítimas, servidores da segurança e secretários do Estado. Mas quem mais aparece em cena é o governador. Eduardo Leite surge em diversas situações: abraçando vítimas, vistoriando locais afetados e participando de ações de reconstrução. Ele também aparece ao lado do presidente Lula em alguns trechos. Um trailer do documentário está sendo exibido em salas de cinema, pago com dinheiro público.
“Imaginem se nós tivéssemos feito um filme pago com verba da reconstrução para nos promover, com o presidente Lula e eu aparecendo como protagonistas”, criticou Pimenta.
Diante da repercussão negativa, o governo estadual divulgou uma nota dizendo que o objetivo do documentário foi homenagear a população que atuou na tragédia e na recuperação. Afirmou também que o vídeo foi produzido internamente pela equipe da Secretaria de Comunicação, sem custo extra com empresas terceirizadas.
Durante um compromisso em Nova York, Governador comentou a polêmica. Segundo ele, foi natural seu protagonismo nas ações e, por isso, sua presença no vídeo. “Foi uma iniciativa da Secretaria de Comunicação. Isso será devidamente esclarecido. Não foi usado nenhum recurso da reconstrução”, afirmou ao site GZH.
O nome do documentário, inclusive, é o mesmo usado como slogan na campanha de reeleição em 2022. A estreia do filme coincidiu com o momento em que a imprensa passou a especular sobre os próximos passos políticos do governador, que trocou o PSDB pelo PSD.
Apesar da importância de registrar a tragédia e os esforços para reconstruir o Estado, o tom do vídeo acabou soando, para muitos, como autopromoção.
Diário de Santa Maria
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