(Araponga) A França quer construir uma prisão de segurança máxima na Amazônia, em Saint-Laurent-du-Maroni, na Guiana Francesa — aquele pedacinho da Europa cravado no meio da América do Sul, colado no Amapá e no Pará, onde se fala francês, se usa euro e se vota em presidente francês.
A ideia? Isolar chefes do tráfico e radicais islâmicos, tirando-os da França continental e trancando-os em um pedaço quente, úmido e longe de tudo — e de todos. Para isso, vão gastar o equivalente a R$ 2,5 bilhões. O lugar vai ter bloqueadores de sinal, drones, celas de isolamento, segurança antimáfia. E claro, muito mato em volta. A selva como muro natural.
Mas o povo de lá, da Guiana, não gostou. E não é pra menos. O governo francês nem perguntou nada e só mandou o projeto pronto pela imprensa. Chamaram o plano de “retrocesso colonial”. E com razão. Transformar a Guiana numa ilha penal de criminosos perigosos não cheira nada bem.
E o Brasil com isso? Tudo. A cadeia vai ser construída a poucos quilômetros da nossa fronteira, e a lógica é simples: o que dá problema por lá, pode acabar sobrando aqui. Fuga? Contato com redes do tráfico? Influência criminosa cruzando a linha imaginária entre dois países?
E a pergunta que não quer calar: isso é segurança pública ou só uma maneira elegante da França exportar seus problemas e jogá-los no colo da floresta amazônica?
Enquanto isso, seguimos por aqui com presídios superlotados, sem servidores e sem drones. E ainda tem gente que diz que o problema é só nosso.

Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso