O futuro da ferrovia no RS virou um problema social urgente. E não é um exagero. Em Santiago, estima-se que pelo menos 800 famílias morem nas chamadas áreas de beira-linha — e muitas delas podem ser despejadas a qualquer momento. A situação, que afeta 55 municípios gaúchos, não é de agora. Mas está se agravando com a incerteza sobre a permanência da Rumo Logística, cuja concessão expira em 2027 e já dá sinais de abandono.

Hoje, algumas dessas famílias estiveram na Câmara

A cena foi forte. Gente humilde, com medo de perder o pouco que tem. Felizmente, vários vereadores se comprometeram a formar uma comissão para tratar do tema — algo necessário, mas que não pode virar só discurso. A Rumo já foi chamada de irresponsável socialmente. E com razão. Está na hora de dar respostas. Não se pode renovar nenhuma concessão sem garantir antes o destino dessas pessoas.

Há um abismo entre o discurso empresarial e a vida real das famílias que, por falta de alternativa, moram na beira dos trilhos. Não são invasores, são sobreviventes. E Santiago, como tantas outras cidades, precisa acordar: ou se faz algo agora ou se assiste de camarote a um despejo em massa, como se fosse normal. Não é. O trem da dignidade está passando — e pode atropelar quem menos tem culpa.

O drama de 55 municípios
A proximidade do fim da concessão da malha ferroviária gaúcha, atualmente sob responsabilidade da Rumo Logística até 2027, gera incertezas sobre o futuro do transporte ferroviário no estado. A empresa tem sido criticada por desativar trechos considerados inviáveis e por não apresentar propostas claras, o que pode resultar até na devolução antecipada da malha. O RS enfrenta um cenário isolado, sem ligação ferroviária com outras regiões do país, mesmo com iniciativas em outros estados para reativar o setor.
A situação é ainda mais grave para milhares de famílias que moram nas chamadas áreas de beira-linha em 55 municípios, como Santiago. Essas pessoas, sem documentação e sem alternativa de moradia, correm o risco de despejo, com mais de 1,3 mil ações de reintegração de posse já registradas. Prefeituras denunciam que a Rumo ignora o problema. Entidades e moradores agora pressionam por diálogo e por soluções antes de qualquer renovação da concessão, que está em tramitação.

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