Santa Cruz do Sul – RS – Uma médica que trabalha em um posto foi agredida por um paciente cadeirante que queria um laudo e se irritou ao ser orientado a agendar consulta. O sujeito invadiu o consultório e jogou uma cadeira nela; acertou a sua mão. Ela tentou sair, mas o agressor bloqueou a porta com a cadeira de rodas e a segurou pelo braço, obrigando colegas a intervir para evitar algo pior.
Médica abalada
O episódio deixou a médica abalada, com crises de choro e insônia nos primeiros dias. Ela também precisou se afastar do trabalho por 15 dias e perdeu plantões no outro emprego por falta de condições psicológicas. O pior foi ler nas redes sociais pessoas dizendo que ela “mereceu apanhar”, o que aumentou o sofrimento e o medo no retorno ao trabalho.
Tratados como lixo
A médica desabafou dizendo que os profissionais são tratados como lixo e que a população desconta sua raiva da crise da saúde em quem está na linha de frente. Ela contou que, depois do susto, ainda descobriu que o laudo pedido nem era da responsabilidade daquela unidade, o que mostra o nível de desinformação que também alimenta os conflitos.
Alerta dos sindicatos
Casos como esse reforçam o alerta de sindicatos e conselhos sobre o aumento da violência contra médicos e enfermeiros. Muitos profissionais relatam que são intimidados por pacientes e familiares que alegam ter ligação com facções ou por políticos que invadem unidades e fazem transmissões ao vivo para buscar holofotes. O ambiente de tensão afasta profissionais e compromete a qualidade do atendimento.
Para reduzir o problema, lideranças defendem medidas como ampliar as equipes de saúde, abrir mais leitos, diminuir filas por exames, melhorar a segurança nos postos e orientar a população sobre onde buscar atendimento para casos leves e urgentes. Também há apoio ao projeto que prevê aumento de penas para quem agredir profissionais de saúde.
Outra agressão
Porto Alegre – A enfermeira Cláudia Stein, da UPA Moacyr Scliar, também relata agressões e diz que o ambiente piorou muito após a pandemia. Segundo ela, a superlotação transforma os profissionais de “heroínas da covid” em vilãs, e a falta de estrutura aumenta a pressão, o medo e a violência. Mesmo assim, ela afirma que a enfermagem é uma profissão de coragem e que é preciso seguir em frente para cuidar de quem precisa. (GZH)
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