Santa Maria, RS – O labrador Guapo, que por quase 10 anos atuou nos Bombeiros de Santa Maria, foi submetido à eutanásia nesta segunda(28), após o diagnóstico de um câncer agressivo com metástase. A doença avançou rapidamente e impediu qualquer tipo de tratamento. Nos últimos dias, Guapo já não se alimentava nem bebia água, e sua saúde piorava a cada dia.
Segundo o sargento Alex Sandro Teixeira Brum, que foi tutor e parceiro de Guapo durante toda sua trajetória, os sinais da doença começaram há menos de um mês. Primeiro, o cão rejeitou ração seca, depois a úmida, e por fim parou de tomar água. Diante do quadro irreversível, a decisão pela eutanásia foi tomada como um gesto de amor e dignidade.
Guapo tinha 11 anos e três meses. Ao longo da carreira, participou de grandes operações de resgate, como as buscas em Brumadinho, Petrópolis, no incêndio da Secretaria de Segurança Pública do RS e, mais recentemente, nas enchentes de 2024, no maior desastre climático da história do estado. Em julho daquele ano, recebeu uma Moção de Congratulação na Câmara de Vereadores de Santa Maria.
Uma despedida com honra
A despedida de Guapo começou às 14h30, com um cortejo fúnebre saindo do Hospital Universitário da UFSM até o quartel dos Bombeiros, onde ele trabalhou por quase uma década. O velório foi realizado no local, reunindo colegas da corporação, familiares e outros cães de busca, como a cadela Molly. Depois da cerimônia, o corpo foi levado até a Funerária Angelos Oeste, que ofereceu gratuitamente o serviço de cremação.
Um legado de amor e serviço
Guapo nasceu em 14 de abril de 2014 e, desde filhote, já mostrava sua vocação: adorava estar com pessoas. Trabalhou no 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), sempre ao lado do sargento Alex Brum. Era certificado para buscas de restos mortais em áreas urbanas e rurais e, após se aposentar das operações, passou a atuar em sessões de cinoterapia no Hospital Universitário, levando conforto a pacientes internados.
Com a aposentadoria, Guapo passou a viver integralmente sob os cuidados de Brum e sua família. Emocionado, o sargento se despediu com um recado tocante:
— Meu grande amigo, cuida de mim daí. Um dia vamos nos encontrar e eu vou jogar bolinha no açude para você buscar, pode ter certeza.
O trabalho continua
O legado de Guapo não será esquecido. Quem assumiu sua missão foi o próprio filho, Sheik, um labrador amarelo já certificado para localizar vítimas em áreas de difícil acesso. A história de Guapo segue viva, agora nas patas do filho que continua honrando a farda e o amor pelo próximo.
Fonte: Diário de Santa Maria
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