Brasília – DF – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou pela condenação de sete réus do chamado Núcleo 4, apontado como parte da organização criminosa que espalhou desinformação e atacou as instituições democráticas. Segundo o relator, as provas reunidas pela Procuradoria-Geral da República confirmam que o grupo teve papel essencial na tentativa de golpe de Estado articulada para manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas de 2022.
A trama e os objetivos
Moraes destacou que os réus atuaram de forma estruturada e coordenada, produzindo e disseminando mentiras para enfraquecer a Justiça Eleitoral e fomentar um clima de instabilidade. O objetivo, segundo ele, era criar um cenário de caos social que abrisse espaço para uma intervenção das Forças Armadas. “Um levante da população contra as instituições democráticas, contra a Justiça Eleitoral, pretendendo anular as eleições para se manter no poder”, afirmou.
Os condenados e as acusações
Entre os condenados estão Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, e Ângelo Martins Denicoli, militar reformado. Moraes apontou que Ailton teve papel ativo na coação de comandantes militares e incentivou ataques a oficiais que se opuseram à ruptura institucional. Segundo o ministro, ele agia sob orientação de Walter Braga Netto e liderava campanhas de difamação e intimidação. “Milicianos digitais covardes e criminosos”, disse Moraes.
Denicoli foi condenado por disseminar mentiras sobre o sistema eletrônico de votação e usar informações sigilosas obtidas ilegalmente da Abin e do Gabinete de Segurança Institucional. Moraes afirmou que a organização criminosa se valeu da estrutura desses órgãos para deslegitimar a Justiça Eleitoral e o Judiciário.
A decisão e os próximos passos
Além deles, outros cinco réus foram condenados por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime. O ministro considerou parcialmente procedente a denúncia contra Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, condenado por dois dos cinco crimes imputados.
Moraes concluiu que as provas mostram a ligação entre os diferentes núcleos da trama golpista; desde a produção de conteúdo falso até a pressão sobre comandantes militares. “A organização criminosa atuava em várias frentes: havia minuta do golpe, coação contra os comandantes do Exército e da Força Aérea, monitoramento de autoridades e disseminação de desinformação. Tudo articulado, tudo interconectado, com o mesmo objetivo: tomar de assalto a República Federativa do Brasil”, finalizou.
(Correio Braziliense)
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