Nacional – A China barrou a importação de 69 mil toneladas de soja do Brasil após identificar, no navio Shine Ruby, cerca de dez toneladas de trigo tratado com um pesticida proibido misturado ao carregamento. O produto químico é usado apenas para plantio e é considerado tóxico, o que levou a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) a classificar o caso como uma “infração grave”.
Como resposta, o país suspendeu as exportações de soja de cinco unidades brasileiras: duas plantas da Cargill e unidades da Louis Dreyfus e CHS Agronegócio em São Paulo, além de uma planta da 3Tentos no RS. Outras fábricas dessas empresas continuam habilitadas, mas as unidades envolvidas ficam paralisadas até nova avaliação chinesa.
A China reforçou que o trigo brasileiro não está autorizado a entrar no país, o que agrava a violação das normas sanitárias. Na comunicação enviada ao Ministério da Agricultura, o governo chinês afirmou que as medidas visam “proteger a saúde dos consumidores” e garantir a segurança da soja importada.
O bloqueio vale para cargas embarcadas a partir de 27 de novembro de 2025 e permanece até que o Brasil comprove correções.
Reincidência preocupa e pressiona fiscalização
Esta não é a primeira vez que problemas com pesticidas aparecem na soja brasileira. No fim de 2024 e início de 2025, a China já havia suspendido cinco estabelecimentos do país pelo mesmo motivo. Em abril, o Brasil apresentou medidas corretivas — agora colocadas novamente em dúvida.
Com a nova contaminação, aumenta a cobrança por fiscalização mais rígida desde a origem até o embarque.
Impacto no comércio e reação do governo
Mesmo com o episódio, o Ministério da Agricultura tenta reduzir o impacto. O secretário de Comércio Exterior, Luís Rua, afirmou que apenas cinco unidades foram suspensas entre cerca de 2 mil habilitadas a vender soja para os chineses.
A China é, de longe, o principal comprador: em 2024 importou US$ 31,5 bilhões, o equivalente a 73% da soja exportada pelo Brasil.
O governo brasileiro disse que vai convocar imediatamente as empresas envolvidas para apurar a origem da contaminação. Segundo Rua, o Brasil trata o caso “com muita seriedade” e quer respostas rápidas para preservar a credibilidade do produto.
As empresas citadas foram procuradas, mas não responderam.
O que a China exige para liberar as unidades novamente
Para reverter a suspensão, cada empresa terá de:
- investigar formalmente a origem da contaminação;
- adotar medidas corretivas e reforçar controles;
- comprovar capacidade de evitar novos casos.
Somente após análise brasileira e novo parecer, a China decidirá se reabilita as plantas.
Fonte: CPG
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso


