Pedido do pai e confusão no portão de embarque
A estranha mistura de alívio e profunda tristeza tomou conta de alguns passageiros que, por muito pouco, não embarcaram no avião que caiu na última sexta-feira (9) em Vinhedo, no interior de São Paulo.
Pedido do pai
A médica Juliana Chiumento é uma dessas pessoas que não embarcou no voo da Voepass. Ela já estava pronta para seguir viagem quando decidiu atender a um pedido do pai. Juliana conta que estava de férias e voltaria para o Rio de Janeiro. “De última hora, conversando com o meu pai, pelo WhatsApp, ele me mandou um áudio falando ‘filha, não embarca na sexta’”, recorda. Juliana ficou extremamente emocionada ao saber do acidente. “Acho que eu tive um pressentimento, né? Aí ela conseguiu remarcar pra sábado e tá aqui hoje, minha princesa”, diz o pai, Altemir Chiumento.
Impedido pelos funcionários

Para não perder o Dia dos Pais, José Felipe insistiu muito para pegar o avião que nunca pousaria em Guarulhos. Tudo por causa de uma confusão, já que ele não percebeu que tinha comprado pela Latam e que o voo seria operado pela Voepass. Por conta da confusão, ele e os amigos chegaram atrasados ao guichê correto. “Tentei conversar com o balconista para ele botar eu e meus amigos dentro do avião”, recorda. Mas já era tarde. E quando ele tentava remarcar a passagem para voltar para o Maranhão, com conexão em Guarulhos, soube do acidente.
“Eu ouvi falando que tinha caído um avião que tinha saído de Cascavel rumo a São Paulo. Eu já pesquisei logo para ver se era de Guarulhos, que era o mesmo avião que eu ia embarcar. Aí veio uma reação de um alívio que eu senti”, diz. Após o impacto da notícia, ele imediatamente ligou para os pais para acalmá-los. “Eu falei ‘pai, se o senhor ligar a televisão neste momento, você vai ver que o avião caiu. Esse avião era o que eu ia embarcar para São Paulo’”.
José Felipe foi aguardado por toda a família na rodoviária, e o reencontro foi emocionante. “Foi muito emocionante quando eu desci do ônibus. Ali, foi algo que não consigo explicar, não”, conta. “Quando eu olho para meu filho, é a coisa mais importante que eu vejo. Chega meus olhos sai água direto, de alegria, de alegria, muito a Deus pela oportunidade de ter meu filho de volta. Foi um presente que Deus me deu no Dia dos Pais”, conta o pai de José.
Da frustração ao alívio

A confusão no portão de embarque também livrou Adriano de embarcar no voo 2283 da Voepass. A vontade de voltar para casa, no Rio de Janeiro, também era imensa e a viagem foi concluída neste sábado.
“É uma sensação muito estranha. Eu perdi o voo, mas, graças a Deus, minha vida hoje está aqui”, diz.
Adriano foi para o portão da Latam e, quando percebeu que estava no local errado, o sentimento foi de frustração.
“Eu até tentei, assim, dar uma forçada de barra, tentar passar pelo embarque, mostrar só o cartão, mas o pessoal disse que sem o cartão não conseguiria”, relata.
Ele estava em Cascavel a trabalho e decidiu que queria voltar par ao Dia dos Pais.
“Eu penso em minha filha, eu só tenho ela na vida, ela é a coisa mais importante que eu tenho. Eu me abracei no balcão do aeroporto ali, agradeci a Deus naquele momento, e depois, na mesma hora, eu liguei pra minha filha… Ela é a razão da minha existência e eu tô doido para abraçar ela”, relata.
O reencontro aconteceu em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
“Eu estava com muita saudade. Pensei em várias coisas sabe, tipo o moço podia ter deixado ele entrar e agora, nesse momento, a gente não estaria fazendo essa entrevista. Ele estaria lá no céu”, conta a filha Isabela.
F:Fantástico
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