Em Benedito Novo, no Vale do Itajaí, um carro movido a lenha chama atenção e mantém viva uma história de criatividade e herança familiar. Construído artesanalmente em 1977 por Arnoldo Schmidt, o veículo segue rodando pelas ruas da cidade, agora sob os cuidados do filho, também Schmidt.

Inspirado em adaptações usadas durante a Segunda Guerra Mundial, quando a falta de combustível levou à busca por alternativas ao petróleo, o sistema funciona de forma curiosa: a madeira é colocada em um compartimento traseiro e acesa como em um fogão a lenha. A queima gera o gás que alimenta o motor.
O carro conta com dois aceleradores — um para gasolina e outro para o chamado gasogênio. Com uma carga de lenha, a autonomia chega a cerca de 70 a 80 quilômetros. “Já tamo com quarenta e sete anos andando com ele assim”, contou o morador, lembrando a engenhosidade do pai e a mistura cultural da família, de raízes alemãs, italianas e polonesas.
Tecnologia do passado
O gasogênio foi bastante usado no Brasil entre as décadas de 1940 e 1960, principalmente em áreas rurais, como forma de economizar combustível em tempos de escassez.

Nas redes sociais, o vídeo que mostra o veículo despertou curiosidade e nostalgia. Muitos internautas relataram ter visto carros semelhantes no interior, enquanto outros destacaram a criatividade catarinense. “Parabéns por nos mostrar essas coisas que a gente ouve falar e nunca tem oportunidade de conhecer”, comentou uma seguidora.
Patrimônio vivo
Mais do que um meio de transporte, o carro virou símbolo cultural e peça rara. Para Schmidt, mantê-lo em funcionamento é uma forma de preservar a memória do pai e mostrar que, mesmo em tempos de dificuldade, é possível encontrar soluções criativas e sustentáveis.
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