Alegrete – RS – A notícia é do site Alegrete Tudo.
Produzir em solo brasileiro exige mais do que vontade. Exige enfrentar altos custos, clima instável e, muitas vezes, prejuízo. O produtor C. Burtet, de 49 anos, veio de Jóia há seis anos para plantar em Alegrete e hoje está no limite. Sem conseguir crédito bancário, plantou 1.200 hectares de soja em parceria com empresas, na região do Caverá, acumulando um prejuízo superior a R$ 10 milhões.
Colheita abaixo do mínimo e dívidas impagáveis
Com custo superior a R$ 5 milhões nesta última safra, Burtet e a família colheram em média apenas 9 sacos por hectare, quando o mínimo para pagar as contas seria 50. Desde 2020, apenas uma safra foi positiva. Em 2025, a perda foi de 80%.
Situação crítica e futuro incerto
Com o CPF bloqueado há dois anos por dívida com o Banco do Brasil, o produtor segue tocando o negócio com os filhos e mais quatro colaboradores. “Não sei mais o que fazer. Gosto de produzir, mas a gente trabalha no vermelho”, desabafa. (Veja a matéria completa aqui)
Safras anteriores
- 2020: 11 sacos/ha
- 2021: 47 sacos/ha
- 2022: 18 sacos/ha
- 2023: 24 sacos/ha
- 2024: 32 sacos/ha
- 2025: 9 sacos/ha
Equipamentos caros, juros altos e clima adverso
O preço dos maquinários, como tratores e colheitadeiras, pode ultrapassar R$ 2,5 milhões. Com linhas de crédito escassas e juros que chegam a 12% ao ano, a esperança do produtor segue fincada no campo — ainda que o solo, nos últimos anos, só tenha devolvido frustração.