Elas revelam como é a vida em um abrigo feminino

O jornal GZH fez essa reportagem em Canoas, RS. Aqui está uma síntese

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Shisle Laurindo, 34 anos, moradora do bairro São Luís em Canoas, decidiu sair de casa com seus cinco filhos devido à enchente. Inicialmente, ficaram em uma escola do bairro, mas depois foram levados a um abrigo em uma paróquia da cidade. Sentindo-se ameaçada e temendo pelo bem-estar dos filhos, Shisle passou sete dias sem dormir, em vigília constante.

A regra é clara: homens não passam da soleira

Em resposta à demanda de mulheres e mães que se sentem inseguras em abrigos mistos, ONGs, entidades privadas e municípios têm montado abrigos exclusivos para mulheres e seus filhos. Um desses locais é um abrigo no bairro Niterói, em Canoas, que abriga 28 crianças e 32 mulheres, além de cerca de 20 voluntárias. A coordenação é feita pelas “voluntárias da linha de frente”, que raramente deixam o abrigo.

Abandono e resiliência

Embora represente mais segurança, o abrigo está longe de ser um oásis de paz. No entanto, paira uma aura de alívio e identificação entre as moradoras, já que o denominador comum entre boa parte delas é o abandono por parte do marido ou companheiro. As mulheres se apoiam mutuamente e contam com o suporte da psicóloga e psicopedagoga Maria Inês Lopes Peres, uma das voluntárias da linha de frente.

“Depois de sete dias sem dormir, consegui descansar”

Shisle afirma que, desde que chegou ao abrigo, só tem a agradecer às voluntárias pelo tratamento respeitoso e pela ajuda. Apesar de ainda estar um pouco chocada, ela se sente segura no abrigo e está preparada para seguir em frente quando sair, mesmo sem saber se poderá voltar para sua casa com segurança.

Os danos que a situação causa ao emocional é imensurável, mas o fato de estar em um grupo de mulheres que estão passando pela mesma coisa, e sem soltar a mão de seus filhos, tem incentivado a rede de solidariedade. Também têm o apoio da psicóloga Maria Inês Lopes Peres, uma das voluntárias da linha de frente.

Nós temos muito orgulho dessas mulheres“!

“Elas chegam assustadas, ansiosas e comentando ‘nós não somos mais ninguém, perdemos nossas casas, documentos, nossa roupa, perdemos tudo’. Mas, aos poucos, quando chegam aqui, vendo que de fato é um lugar bom, as falas delas mudam, ficam carregadas de futuro, de desejo de conquistar, de não desistir, e isso é muito especial. Nós temos muito orgulho dessas mulheres que estão buscando superar isso tudo com dignidade e vontade”, conta a psicóloga.

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