Porto Alegre – RS – A Polícia Federal afirma que o advogado Gilmar Stelo atuava como “intermediário financeiro e jurídico” dentro do esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões investigado pela Operação Sem Desconto. Na quinta-feira, agentes fizeram buscas na casa e no escritório dele, e Stelo passou a usar tornozeleira por decisão judicial. Em conversas interceptadas, interlocutores chamavam o advogado de “o maior” ou “porta-voz do maior”.
O papel no esquema
Para a Polícia Federal, Stelo seria a ponte entre Alessandro Stefanutto, ex-procurador-chefe e ex-presidente do INSS, e o núcleo ligado à Conafer, que enviava listas de beneficiários sem autorização dos aposentados e pensionistas. O escritório Stelo Advogados, no bairro Moinhos de Vento, teria recebido oito transferências que somam 900 mil entre março e outubro de 2023, valores que, segundo a investigação, vinham de empresas usadas para pagar propinas.
As ligações com a Conafer
O acordo firmado entre o INSS e a entidade em 2017 permitiu o envio de milhares de nomes de associados sem consentimento, abrindo caminho para descontos irregulares. A PF aponta que empresas de fachada eram criadas para receber valores desviados e repassar propinas a beneficiários internos e externos do esquema.
O histórico do advogado
Esta não é a primeira vez que Stelo aparece em operações federais. Em 2015, ele já havia sido alvo da Operação Pavlova, que investigou suposto pagamento de propina ao então superintendente da Susep. Em 2022, foi condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro, mas recorre da decisão. A defesa dele ainda não se manifestou. (GZH)
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