Porto Alegre – RS – Um júri absolveu Jani Francisco do Amaral, de 58 anos, acusado de tentar matar o próprio filho em 2017. O julgamento ocorreu em 16 de outubro e terminou com quatro votos a dois pela absolvição. O pedido partiu do filho, Guilherme Santos do Amaral, de 30 anos, que disse ter agido por compaixão à avó, mãe do réu, de 80 anos. Ele afirmou que uma condenação apenas aumentaria o sofrimento da família.
O caso e o pedido de clemência
O Ministério Público havia pedido condenação por tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. A defensora pública Tatiana Boeira sustentou a tese de clemência, de caráter humanitário. Durante o julgamento, a mãe empurrou a cadeira de rodas do réu, que ficou paraplégico após um AVC. A cena comoveu os jurados.
A relação entre pai e filho
Guilherme relatou que o pai, dependente de álcool e drogas, chegou a vender objetos da casa para sustentar o vício. A tentativa de homicídio ocorreu durante uma discussão, quando Jani o feriu com um facão, causando cortes que exigiram 30 pontos. Anos depois, eles se reaproximaram, e o filho chegou a cuidar do pai após o AVC. “Tenho convicção de que ele está pagando os pecados em vida”, afirmou Guilherme.
A decisão e o significado jurídico
A juíza registrou que a decisão se baseou na tese de clemência. A defensora pública considerou o desfecho um exemplo de justiça restaurativa. Segundo o advogado Aury Lopes Jr., esse tipo de absolvição, embora raro, é permitido no júri, já que os jurados podem decidir com base em motivos morais ou humanos, e não apenas jurídicos.
Fonte: Zero Hora.
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