Porto Alegre – Após mais de cinco anos de reviravoltas na investigação, a Justiça marcou para 27 de outubro o julgamento do tenente da reserva Jeverson Olmiro Lopes Goulart, acusado de matar o sobrinho Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, em 2016.
Inicialmente tratado como suicídio, o caso foi reaberto em 2020 após a insistência da mãe da vítima, Cátia Goulart. O Ministério Público passou a investigar o tenente por homicídio, com a suspeita de que o crime foi cometido para ocultar um abuso sexual.
Mais de 20 testemunhas foram ouvidas durante a fase de instrução. O réu nega o crime e responde em liberdade. A defesa ainda não se pronunciou sobre a data do julgamento.

Relembre o caso
Segundo a denúncia do Ministério Público, na noite de 29 de novembro de 2016, Andrei ficou sozinho em casa com o tio, quando a mãe e a irmã saíram para uma festa de aniversário. O tenente, que tem casa no RJ, estava morando provisoriamente no apartamento com a família e dividindo quarto com Andrei. Já na reserva da BM, havia assumido cargo em comissão no Ministério Público do RS três semanas antes.
Por volta das 23h20min, Cátia retornou para a casa e conversou com Andrei e com o tenente. Ela declarou que seu filho já parecia estar “estranho e acuado, sem fazer as brincadeiras costumeiras”. O PM teria dito que estava com muito sono.
Por volta das 2h, o tenente acordou Cátia no quarto ao lado, dizendo que uma tragédia havia acontecido. A mãe foi até o cômodo e encontrou seu filho morto com as duas mãos segurando a arma do tio pelo cano.