Se você sempre se sentiu um “ímã de mosquitos”, a ciência pode ter acabado de descobrir o porquê. Um estudo inovador revelou que a culpa está em substâncias específicas na sua pele: pessoas com mais ácidos carboxílicos no odor corporal são os alvos preferidos.
Por outro lado, um composto ligado à dieta, o eucaliptol, parece ter o efeito contrário, tornando algumas pessoas menos atraentes para os insetos.
Essa descoberta veio de um experimento fascinante realizado na Zâmbia. Pesquisadores construíram um gigantesco “laboratório ao ar livre” para espionar o comportamento de caça dos mosquitos da malária, alguns dos mais eficientes do mundo.
O engenhoso campo de caça
Dentro de uma arena de 20 metros quadrados, a equipe monitorou 200 mosquitos com câmeras infravermelhas. Seis pessoas dormiram em tendas próximas, e o cheiro de cada uma era bombeado através de dutos para almofadas aquecidas dentro da arena, simulando a presença humana.
Os cientistas notaram um padrão claro. Os mosquitos só se interessavam pelas almofadas se elas também liberassem dióxido de carbono (CO2), o gás da nossa respiração. Mas o CO2 sozinho não era suficiente: o odor corporal foi o fator decisivo que guiou a escolha final do mosquito.
Em resumo: o que atrai e o que repele?
A análise química do ar das tendas revelou a “receita” que os mosquitos adoram ou detestam.
Alvo principal: Pessoas com altos níveis de ácidos carboxílicos na pele. Essas substâncias, produzidas por micróbios que vivem em nós, geram um odor particularmente atraente para os insetos.
Menos visado: Pessoas com mais eucaliptol no corpo. Este composto, que pode vir de alimentos e plantas, parece funcionar como uma espécie de “camuflagem” olfativa.
Gatilho essencial: Nossa respiração, rica em CO2, funciona como um alarme que avisa “tem um humano por perto!”. A partir daí, o cheiro decide quem será a vítima.
Rastreadores quase perfeitos
Os pesquisadores ficaram impressionados com a eficácia dos mosquitos. “Isso realmente reforça o quão poderosos eles são como buscadores de hospedeiros”, afirmou Stephanie Rankin-Turner, uma das cientistas.
Lembre-se: esses mosquitos são caçadores noturnos e costumam atacar nas horas próximas à meia-noite, usando uma combinação de visão, calor e, principalmente, cheiro para encontrar seu alvo a até 60 metros de distância.
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