A polêmica embalagem com o produto entre os dedos do garoto está no imaginário popular brasileiro desde a década de 1950
Cigarrinhos de chocolate
Com 260 milhões de dívidas, a antiga Chocolate Pan entra com pedido de falência; após 18 meses em recuperação judicial, a companhia se declarou incapaz de manter operações; a empresa se tornou conhecida por cigarrinhos e moedas de chocolate.
Em 1959, um polêmico produto foi parar nos mercados e atrás de balcões em empórios e pequenas vendas, estampando um jovem garoto em uma posição pouco comum por sua feição infantil.
Com um plano de fundo vermelho, o garoto, em paleta cinza, ostentava o que parece ser um cigarro entre o indicador e o dedo médio, acompanhado de um glorioso sorriso pelo ato. Com tal apresentação, a fábrica de chocolates Pan eternizava a embalagem de seus “cigarrinhos de chocolate”.
Durante a década de 1990, por questões relacionadas a controversa referência de uma criança ao tabagismo, a fabricante repaginou o produto, mantendo a forma original dos chocolates, mas o rebatizando de ‘rolinhos de chocolate”.
Ainda assim, o famoso rapaz continuou estampando a embalagem, mas em uma montagem, a mão que segura o cigarro entre os dedos foi trocada por uma outra mão, fazendo um “joia”, ou seja, com a mão fechada e o polegar ereto.
Contudo, o rapaz não possui crédito na embalagem, tendo feito apenas o trabalho como modelo e, por anos, permaneceu desconhecido, mesmo estando presente em outros veículos da mídia em idade adulta.
Quem estampou a campanha?

O garoto, na verdade, era Paulo Pompeia, que tornou-se ator, diretor e chegou a comandar o Sated-SP, o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões. Na época, tinha 9 anos de idade e chegou a relatar em entrevista que o cachê não foi alto, mesmo sendo o garoto propaganda do produto por décadas.
Conhecido como “menino dos Cigarrinhos Pan”, lançados em 1959, Paulo Pompeia morreu com 72 anos em 2021.
Em entrevista à revista Veja São Paulo publicada no ano de 2017, ele chegou a brincar com a projeção da publicidade ao explicar que, ao longo da vida, nunca fumou ou sequer teve o hábito de comer chocolates com regularidade.