Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) acendeu o alerta sobre a situação financeira da Prefeitura de Bagé, na região da Campanha. O documento aponta que quase 70% da arrecadação do município está comprometida com a folha de pagamento — o índice mais alto entre os municípios do RS e bem acima do limite legal de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
De acordo com o TCE, os gastos com o funcionalismo saltaram de 52,87% da receita corrente líquida em 2020 para 69,52% ao final de 2024. No mesmo período, a dívida consolidada do município disparou: passou de 23,7 milhões para 275,5 milhões — valor que representa mais da metade de tudo o que a prefeitura arrecada por ano.
O relatório aponta ainda que, entre 2023 e 2024, a gestão municipal concedeu aumentos salariais e criou novos cargos, elevando ainda mais as despesas. Os técnicos do tribunal alertam que, se o cenário não for revertido, Bagé pode enfrentar um “colapso financeiro”.
Os dados fazem referência à gestão de Divaldo Lara (PRD), que renunciou ao cargo em novembro de 2024, faltando menos de dois meses para o fim do mandato. Procurado, o ex-prefeito argumenta que o aumento nos gastos foi impulsionado por mudanças na legislação federal, que passaram a incluir os repasses ao fundo de aposentadoria dos servidores na conta das despesas com pessoal.
— Isso aconteceu porque os governos anteriores não pagaram as dívidas que tinham com os aposentados. E quem pagou por isso fomos nós — justificou Divaldo.
Atualmente, a prefeitura é comandada por Luiz Fernando Mainardi (PT), eleito em 2024 ao vencer a jornalista Roberta Mércio (PL), apoiada por Divaldo.
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