A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) alerta para o aumento no número de casos de trombose no Brasil. Entre 2012 e 2023, foram quase 500 mil internações registradas. Embora a doença esteja tradicionalmente associada aos mais velhos, os especialistas têm observado um crescimento significativo entre os jovens.
A trombose ocorre quando um coágulo se forma dentro dos vasos sanguíneos, bloqueando a circulação. Os membros inferiores são os mais afetados. Os principais fatores de risco incluem herança genética, idade, sedentarismo, obesidade, varizes, aterosclerose, doenças crônicas, longas internações, cirurgias recentes, fraturas, tabagismo e baixa ingestão de água.
Entre as mulheres, os riscos são ainda maiores, principalmente devido a fatores hormonais. Gravidez, maior tendência a varizes e o uso de anticoncepcionais ou terapias hormonais aumentam as chances de desenvolver a doença. Uma pesquisa da ONU de 2015 mostrou que 79% das brasileiras em relacionamentos estáveis utilizavam anticoncepcionais — número bem acima da média global, de 64%. O problema é que esses hormônios podem alterar o processo de coagulação do sangue.
Causas em jovens
Nos últimos anos, hábitos prejudiciais têm contribuído para o aumento de casos entre os mais jovens. A rotina cada vez mais sedentária — com estudos, trabalho e lazer concentrados em computadores, celulares e videogames — tem deixado essa faixa etária mais vulnerável. O IBGE estima que cerca de 84% dos jovens brasileiros são sedentários.
Além disso, a alimentação desequilibrada, rica em ultraprocessados, gorduras e aditivos artificiais, eleva os níveis de colesterol, estreitando e enrijecendo os vasos sanguíneos. O uso de anticoncepcionais também merece atenção nessa faixa etária.
Prevenção é fundamental
A melhor forma de combater a trombose é por meio da prevenção. Adotar um estilo de vida mais saudável, com atividade física regular, alimentação equilibrada e boa hidratação, é essencial. Também é importante realizar check-ups periódicos, especialmente se houver histórico familiar, e consultar um cirurgião vascular.
A trombose nem sempre apresenta sintomas nos estágios iniciais. Em casos avançados, podem surgir dor, inchaço, alterações na cor, na textura e na temperatura da pele. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves, como a embolia pulmonar, que pode ser fatal.