Santiago – Esses bolichos, também conhecidos como bodegas, sempre desempenharam um papel essencial na vida comunitária. São pontos de encontro, repositórios de histórias e pilares das comunidades. A resistência de lugares como a Lancheria Farroupilha é um testemunho do valor que esses pequenos comerciantes trazem para as comunidades. Em um mundo cada vez mais dominado por grandes redes, a sobrevivência dessas bodegas é uma celebração das nossas raízes e da nossa identidade cultural (Fonte e fotos, site: Bolichos de Santiago).
Líderes comunitários
Os bolicheiros, com suas antigas habilidades de vender a fiado em uma caderneta (alguns ainda vendem fiado), cultivaram uma relação de confiança com os clientes. Conhecedores das histórias e segredos de seus bairros, tornaram-se figuras de liderança e amizade, sempre prontos para ajudar na hora do aperto. Essa familiaridade e proximidade são tão marcantes que inspiraram até canções, como “Bolicheiro de Vila”, de Sadi Machado (falecido compositor e bolicheiro).

Lancheria Farroupilha
Um exemplo notável dessa resistência é a Lancheria Farroupilha, na Rua Getúlio Vargas, 1443, no Centro de Santiago. Fundada em fevereiro de 2000 por Glede Schubert, o Tio Bilia, a lancheria é um refúgio não só para quem compra, mas quem busca um lugar de convivência e tradição.
Glede Schubert mantém o local aberto de segunda a sábado, das 8 às 20h, sem fechar ao meio-dia. Oferece bebidas, tabacaria, guloseimas e serve almoço e marmitex com carne assada. Esse serviço é valioso para os trabalhadores da região que procuram uma refeição caseira e acessível.
Quem é o Tio Bilia?
Natural de Jaguari, é pai de três filhos. Há 24 anos se mudou com a família para Santiago. Hoje se encontra quase de tudo no seu bar. Também vende facas artesanais, demonstrando como esses estabelecimentos podem diversificar suas ofertas e manter as tradições artesanais.

O desafio das grandes redes
Embora muitos desses estabelecimentos tradicionais tenham perdido espaço para as grandes redes de supermercados e lojas de conveniência, alguns ainda resistem. O atendimento personalizado e a manutenção de tradições são fatores que continuam a atrair clientes, mantendo vivo o espírito dos bolicheiros.
LEIA TAMBÉM: Rozi Lima: trajetória e dedicação à educação física