(João Lemes) O bolsonarismo acabou. Não a extrema direita, que segue viva e forte, mas terá que se reinventar com outros nomes. Os Bolsonaro, com essa condenação, sepultaram, ou melhor, aprisionaram a própria história. (Veja aqui)
O político das bobagens
Bolsonaro sempre foi refém da própria língua. Zombou de pessoas doentes na pandemia, imitou quem sofria com falta de ar, disse que não estupraria Maria do Rosário porque “ela não merecia” e viveu de frases de efeito. Bobagens que arrastaram seguidores, mas que agora pesam como prova de um desprezo histórico pela vida e pela democracia.
O general que ele venerava
Desde que entrou no jogo político, Bolsonaro exaltou o regime militar. Não só defendeu a ditadura como prestou homenagem ao coronel Brilhante Ustra, acusado de torturar mulheres e colocar ratos em suas vaginas. Fez isso no plenário da Câmara, com o microfone na mão e as câmeras ligadas. Homenageou um ditador enquanto deveria defender a democracia. Essa marca nunca mais saiu.
A vida de criar inimigos
Bolsonaro construiu sua carreira criando brigas. A cada semana um novo inimigo, um novo bode expiatório. Atacava a imprensa, a Justiça, as urnas eletrônicas que ele e seus filhos usaram para se eleger. Procurava chifre em cabeça de cavalo e encontrava. Leonel Brizola já dizia: “Quem procura acha”. Bolsonaro achou — e agora está condenado a 27 anos de prisão.
O fim de um ciclo
As urnas que ele renegou foram as mesmas que o consagraram. A vacina que ele negou salvou milhões, enquanto ele flertava com a morte coletiva. O STF, com seus ministros, agora coloca ponto final: Bolsonaro caiu por tudo o que disse e fez. O bolsonarismo se despede, não por falta de público, mas porque seu líder cavou a própria cova política. A extrema direita seguirá forte, mas terá que buscar novas caras. O mito virou réu, e o réu virou condenado.
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