Caminhoneiras transformam a estrada em lar, desafio e liberdade

A profissão ainda enfrenta preconceitos e riscos, mas mulheres seguem ocupando espaço nas rodovias brasileiras

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São Paulo – SP – A estrada virou casa e também sinônimo de liberdade para milhares de mulheres que escolheram a boleia como profissão. No Brasil, já são cerca de 32 mil caminhoneiras, número que cresceu 58% em dez anos, mas que ainda representa menos de 2% do total de profissionais do setor. Entre longas viagens, paradas estratégicas e enfrentamento de preconceitos, essas motoristas mostram que também dominam o volante dos gigantes do asfalto.

A herança e a paixão
Vanessa Mariano, 42 anos, filha de caminhoneiro, aprendeu cedo a paixão pela profissão. Há mais de uma década, percorre o país transportando safras agrícolas. Passa dias dirigindo, prepara refeições na cozinha instalada no caminhão e, por segurança, só dorme em postos de parada. Ao lado da cadelinha Lupita, ela afirma: “Só vive na estrada quem ama. Foi aqui que realizei meu maior sonho, viajar junto com meu pai, vendo o caminhão dele pelo retrovisor”.

Os desafios e a segurança
A rotina, no entanto, ainda é marcada por preconceito e risco. Suelen Lopes, 31 anos, ouve perguntas como “cadê seu marido?” e alerta para o perigo nas estradas. Há sete anos no volante, criou o projeto Caminhos para elas, que capacita caminhoneiras em práticas de autoproteção e atendimento aos clientes. Para ela, segurança é prioridade: “Nunca dormir na beira da estrada, sempre em pátios iluminados e com guarda noturno”.

Os sonhos realizados
Noemy Santos só conseguiu dirigir caminhão aos 49 anos, após ser rejeitada em um curso de mecânica por ser mulher. Hoje, roda até oito mil quilômetros por mês e garante que não pensa em largar a estrada. “Faço crochê, me arrumo, passo batom todos os dias. Quero me aposentar comprando um motorhome”, diz, resumindo o amor pelo trabalho.

O futuro das caminhoneiras
Ícone do universo rodoviário, Sula Miranda celebra o avanço das mulheres nas estradas, que segundo ela são mais detalhistas e produtivas. Já Lucelia Pelegrini Veneroz, do Sindicato das Empresas de Transporte de Ribeirão Preto, defende políticas públicas de acolhimento e capacitação. “A equidade precisa ser prioridade também nas estradas”, afirma.

Fonte: O Globo

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