Em 18 de outubro de 1988, no auge da turnê Ideologia, Cazuza se apresentava no Canecão, no Rio, quando cuspiu duas vezes numa bandeira do Brasil jogada ao palco durante a música Brasil, tema da novela Vale Tudo. O ato chocou o público e gerou polêmica.
Na época, o país enfrentava inflação, desemprego e ressaca da ditadura. O gesto foi visto como protesto contra a hipocrisia de um país que ainda não mostrava a “cara” prometida no refrão da música.
Criticado, Cazuza escreveu uma carta defendendo a atitude, mas só foi publicada após sua morte, em 1990. “Cuspi nessa história triste e patética”, escreveu ele, citando desigualdades sociais e dizendo que respeitaria a bandeira quando “Ordem e Progresso” virasse realidade.

A morte do poeta da MPB, que faleceu devido a complicações geradas pela aids, completa 35 anos nesta segunda (01). Para celebrar o cantor, haverá uma programação especial na exposição “Cazuza Exagerado”, em cartaz no Shopping Leblon. A bandeira que foi alvo do protesto é uma das atrações da mostra. A cena da cusparada no Canecão também é exibida e debatida no documentário “Cazuza: Boas Novas”, de Nilo Romero e Roberto Moret, que estreia este mês nos cinemas.
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