A Argentina, famosa pelo consumo de carne vermelha, está importando carne bovina brasileira como não se via desde 1997. No primeiro semestre de 2025, a média mensal de compras chegou a 1.033 toneladas, contra apenas 24 no mesmo período de 2024, segundo dados oficiais do Brasil.
O aumento é resultado da política do presidente Javier Milei, que manteve o peso argentino valorizado, facilitando importações mesmo com a inflação ainda alta. O tradicional asado argentino continua sendo item sensível para o eleitorado, principalmente em ano de eleição legislativa.
Embora o país produza cerca de 250 mil toneladas de carne por mês, importar do Brasil faz parte da estratégia de Milei para abrir a economia e conter a alta dos preços internos. Em Buenos Aires, o preço da carne subiu 53% em junho, bem acima da inflação geral de 39%.
Com o câmbio ainda forte — cerca de 1.360 pesos por dólar —, o produto brasileiro ficou mais competitivo. Segundo o analista Diego Ponti, da AZ Group, alguns frigoríficos ou compradores próximos à fronteira têm feito aquisições pontuais, embora os volumes ainda sejam pequenos.
Enquanto isso, frigoríficos argentinos chegaram a pagar até US$ 5 por quilo de boi gordo neste ano. No cenário externo, o Brasil pode desviar mais carne para a China, após os EUA imporem tarifa de 50% sobre o produto brasileiro, o que deve impactar os preços no mercado internacional.
Fonte: InfoMoney
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso