Nacional – Postado na última quarta (6), o vídeo Adultização, do youtuber paranaense Felca, já somava 13 milhões de visualizações na manhã deste sábado (9). É um conteúdo pesado, com alertas de gatilho logo no início, mas que todos deveriam assistir. Nele, Felca denuncia a sexualização precoce, a pornografia infantil, a pedofilia e o abuso sexual de crianças nas redes sociais.
A grande questão é: até que ponto fama, engajamento e dinheiro podem se sobrepor à proteção da infância? E quando, como pais e sociedade, vamos parar de normalizar conteúdos que colocam nossas crianças em risco?
Felca, nome artístico de Felipe Bressanim Pereira, 27 anos, de Londrina, é conhecido pelo humor sarcástico. Mas, desta vez, o tom foi outro. Com quase 50 minutos de duração, o vídeo começa mais leve e, como o próprio criador diz, “afunila” até chegar às denúncias de crimes.
A era da monetização e a exposição infantil
Felca explica que vivemos um tempo em que tudo pode render dinheiro nas redes — do YouTube ao TikTok. Mas quando pais envolvem seus filhos nesse processo, expondo-os de forma precoce ou sexualizada, o que poderia ser apenas entretenimento se transforma em crime.
Ele cita casos de “empresários mirins” em podcasts e vídeos, com discursos prontos sobre produtividade e sucesso, e lembra o exemplo de um canal infantil polêmico, em que a própria mãe explorava a imagem da filha. “O dinheiro vai e vem, mas um trauma é para sempre”, resume.
Da exposição à exploração sexual
A parte mais chocante do vídeo mostra a sexualização de meninas e a ação de pedófilos nas redes. Felca evita mostrar imagens explícitas, borrando o conteúdo. Um dos casos relatados é o de Hytalo Santos, influenciador investigado pelo Ministério Público por explorar uma menina desde os 12 anos, inserindo-a em danças sensuais e festas com adultos.
Felca alerta que, muitas vezes, pais postam vídeos que consideram inocentes, mas que podem ser consumidos por criminosos. Em outros casos, é a própria ganância que alimenta o problema — como o de uma mãe que, incentivada por comentários de pedófilos, passou a criar conteúdo cada vez mais sexualizado da filha e até vendeu material explícito da criança.
Consequências graves e responsabilidade dos adultos
As vítimas de abuso na infância podem enfrentar, na vida adulta, depressão, ansiedade, baixa autoestima, uso de drogas e até risco de suicídio. A palavra-chave, diz Felca, é adultos: somos nós que devemos proteger as crianças, evitar a sexualização e ficar atentos aos sinais de assédio, como comentários com termos como “trade” ou “troca” e GIFs enviados por usuários suspeitos.
O youtuber também responsabiliza as plataformas digitais, cobrando mecanismos mais eficazes para barrar conteúdo pedófilo. “É inaceitável que, com toda a inteligência artificial disponível, ainda não exista um filtro capaz de impedir a propagação desse tipo de material”, afirma.
Por coincidência ou não, a conta de Hytalo Santos saiu do ar no Instagram na sexta-feira (8).
Fonte: GZH
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