Piragibe Jesus de Abreu, de 79 anos, morador de Santo Ângelo, enfrenta dificuldades financeiras após cair em um golpe de telemarketing. Com uma aposentadoria de cerca de 1,7 mil, ele passou a receber menos de 700 por mês devido a descontos indevidos em sua folha de pagamento. Para sobreviver, conta com a ajuda do filho, de amigos e faz bicos tocando sanfona.
Um dos descontos, no valor de R$ 79, é em nome do Sindicato Nacional dos Aposentados do Brasil (Sinab), que alega ter gravação autorizando a cobrança. No entanto, segundo o Procon, a gravação enviada é incompleta e não comprova a adesão clara e consciente ao serviço.
“Cada vez que eu ia olhar a folha de pagamento, meu salário estava diminuindo mais. Mas eu tenho bons amigos e meu filho me ajuda. Não é fácil”, conta o idoso, emocionado.
Casos como o de Piragibe têm se multiplicado. Entre 2023 e 2024, quase meio milhão de reclamações por descontos indevidos chegaram ao Ministério da Justiça. O INSS estima que cerca de 4 milhões de aposentados e pensionistas foram prejudicados, com prejuízo superior a R$ 6 bilhões.
Segundo o Procon, os principais alvos são idosos e pessoas com pouca escolaridade. As ligações são feitas com linguagem rápida e confusa, induzindo respostas afirmativas. Ex-funcionárias de telemarketing relataram que havia até falsificação de vozes para simular autorizações.
O Procon alerta que quem foi lesado tem direito à devolução em dobro dos valores cobrados indevidamente. Para isso, é importante verificar os extratos do INSS e procurar os órgãos de defesa do consumidor ou a Justiça em caso de irregularidade.
GZH
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