Porto Alegre, RS – A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta (10) a Operação $O$, que investiga um esquema de propina dentro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Porto Alegre. Segundo a polícia, servidores teriam recebido dinheiro para favorecer determinadas empresas em contratos públicos.
O esquema teria começado em 2015 e funcionado até 2024. As duas empresas investigadas receberam, juntas, 3,8 milhões em contratos com órgãos da prefeitura. Há suspeitas de que esses contratos foram direcionados para firmas que forneciam motoristas de ambulância e serviços de manutenção de veículos. Duas dessas empresas seriam, na prática, controladas por um servidor do Samu.
O principal investigado é Jorge Luis Dias dos Santos, que era chefe da frota do Samu na época. Ele é suspeito de superfaturar consertos de ambulâncias em parceria com uma oficina mecânica que recebeu cerca de 1 milhão em serviços. Também teria recebido propina para beneficiar empresas ligadas a Vanderlei de Silva Fraga, motorista do Samu e outro alvo da operação.
Ao todo, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre e Gravataí. A investigação começou após denúncias enviadas ao Ministério Público, que encaminhou o caso à polícia.
Segundo o delegado Cassiano Cabral, do Departamento de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), a apuração encontrou indícios claros de pagamento de propina e lavagem de dinheiro. A quebra do sigilo bancário mostrou que, logo após o município pagar faturas da oficina suspeita, eram realizados saques e depósitos nas contas dos investigados — um movimento que reforça a suspeita de repasses ilegais.
A polícia também identificou possíveis irregularidades na contratação de motoristas. As empresas usadas para prestar o serviço estavam oficialmente no nome da esposa de Fraga, mas seriam administradas por ele. Em troca dos benefícios, ele pagaria vantagens ao servidor Jorge Santos. Essas empresas ainda alugavam veículos para o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae).
Durante a operação, documentos e aparelhos foram apreendidos para análise. Outros servidores do Samu também são investigados.
Fonte: GZH
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