Montevidéu – Uruguai – José “Pepe” Mujica, o ex-presidente do Uruguai, morreu na terça-feira (13), aos 89 anos, vítima de um câncer de esôfago. Ícone da esquerda latino-americana, Mujica ficou conhecido não só por ter legalizado o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a maconha, mas também por sua vida simples: morava num sítio, dirigia um fusca velho e doava a maior parte do salário.
Pepe Mujica: seu legado de direitos sociais fazem história no Uruguai
Durante seu governo, seu apoio a iniciativas sobre direitos reprodutivos, o casamento como a união civil entre duas pessoas sem distinção de sexo e a produção e a venda de maconha com fins recreativos o colocaram entre as cem pessoas mais influentes do mundo, segundo as revistas americanas Foreign Policy e Time.
Ex-guerrilheiro tupamaro, foi preso, torturado e ficou 13 anos atrás das grades durante a ditadura uruguaia. Com a redemocratização, virou deputado, depois senador e presidente entre 2010 e 2015. No cargo, adotou uma política de direitos civis inédita na região, o que lhe garantiu reconhecimento mundial, apesar de críticas pela falta de avanços em áreas como educação e infraestrutura.
Mesmo fora do poder, Mujica seguiu como uma das vozes mais influentes do Uruguai. Diagnosticado com metástase no fígado em janeiro de 2025, pediu para partir em paz: “O guerreiro tem direito a seu descanso”. Casado com a ex-vice-presidente Lucía Topolansky, não teve filhos e sempre disse que o amor era “o único vício saudável”. (GZH)
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso