Nacional – Nair Brito, hoje com 62 anos, descobriu que era portadora do HIV em 1992. Na época, o tratamento era caro e inacessível para a maioria dos brasileiros. Muito doente e internada, ela decidiu recorrer à Justiça para garantir o direito de receber o antirretroviral gratuitamente. Venceu a causa — e seu caso se tornou um marco, abrindo caminho para que o medicamento passasse a ser oferecido pelo SUS.
“Eu cheguei a me deitar no meio da avenida Paulista em uma manifestação. Não tinha medo. Quando você não tem mais nada a perder, acredita que aquilo dá visibilidade. O importante era que as pessoas vissem que precisávamos de remédio, assistência e solidariedade”, contou Nair em entrevista ao Universa.
O diagnóstico e o preconceito
Nair lembra que tudo começou em 1989, quando se separou. Três anos depois, já pronta para recomeçar a vida, acabou se relacionando sem preservativo e contraiu o vírus. “Sabia que existia uma epidemia, mas parecia algo distante, algo dos Estados Unidos, da comunidade LGBTQIAP+, das profissionais do sexo e dos usuários de drogas. Eu não me via nesse grupo”, relembra.
Os sintomas começaram com febre alta e manchas vermelhas pelo corpo. Ao procurar um médico, ele sugeriu o teste de HIV — e o resultado positivo veio como um choque. “Abri o exame no estacionamento do laboratório. Naquele momento, só pensei: vou morrer”, recorda.
Sem rede de apoio e diante do preconceito da época, Nair enfrentou o diagnóstico praticamente sozinha. Mesmo assim, transformou a dor em luta e acabou mudando a história do tratamento da Aids no Brasil.
Hoje, mais de 1 milhão de pessoas vivem com HIV no país e têm acesso gratuito ao tratamento, resultado da coragem de uma mulher que, quando todos esperavam sua morte, escolheu lutar pela vida — e pela de muitos outros.
Fonte: Universa Uol
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