Santa Cruz do Sul (RS) – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta (15), a Operação Touch Screen, que investiga possíveis irregularidades na compra de 185 lousas digitais pela Prefeitura de Santa Cruz. Segundo auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), o prejuízo aos cofres públicos pode passar de R$ 2 milhões.
A operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, além da quebra de sigilo bancário e bloqueio de valores em contas ligadas a quatro investigados — entre pessoas físicas e empresas. A Justiça também determinou o sequestro de um imóvel. As ordens foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Novo Hamburgo e cumpridas em Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.
Compras foram feitas por meio de “carona” em atas de outras prefeituras
A investigação começou após reportagens do Grupo de Investigação da RBS (GDI), em março de 2024, apontarem que a empresa Smart Tecnologia em Comunicações — uma das investigadas — movimentou mais de R$ 58 milhões vendendo lousas digitais para 25 prefeituras do estado, entre elas, Santa Cruz do Sul.
O TCE identificou indícios de superfaturamento e direcionamento nas licitações. Uma das empresas teria apresentado orçamentos com valores acima do mercado, usados como base para a prefeitura aderir a atas de registro de preços de outras instituições — prática conhecida como “carona”, que permite acelerar compras públicas.
Segundo os dados apurados, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul comprou as lousas da Smart em três momentos:
- 4 de novembro de 2021: 75 lousas por 2,4 milhões (carona na ata do Consisa VTR)
- 17 de dezembro de 2021: 50 lousas por 1,6 milhão (carona na mesma ata)
- 23 de dezembro de 2022: 60 lousas por 1,92 milhão (carona na ata da Prefeitura de São Leopoldo)
Suspeita de corrupção e direcionamento
Além das suspeitas de fraude nas licitações, a PF apura crimes de corrupção ativa e passiva envolvendo servidores públicos e representantes da empresa fornecedora. A suspeita é que o processo de compra tenha sido manipulado para favorecer determinados envolvidos.
A investigação continua, com análise dos documentos apreendidos e movimentações bancárias dos investigados. Até o momento, os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela PF.
LEIA TAMBÉM: Prazo para alistamento militar se encerra no dia 30 de junho
Acompanhe o NP pelas redes sociais:
- Tiktok: @np.expresso
- Comunidade no WhatsApp: Clique Aqui
- Instagram: npexpresso
- Facebook: NPExpresso