Estado RS – A Polícia Civil prendeu 45 pessoas durante a Operação Spotlight, que investiga uma organização criminosa responsável por transportar e distribuir grandes cargas de drogas para pelo menos duas facções do RS. A ação, coordenada pelo Denarc, ocorre simultaneamente em cinco Estados e também combate o esquema de lavagem de dinheiro do grupo.
No total, são cumpridos 53 mandados de prisão preventiva, 54 bloqueios de contas bancárias, apreensão de oito veículos, sequestro de dois imóveis e bloqueio de até R$ 39,3 milhões. Nas buscas, foram apreendidos um fuzil, duas pistolas e R$ 100 mil em espécie.
A rede abastecia as facções do RS
Segundo as investigações, o grupo movimentava grande parte da maconha distribuída no Estado. Só no último ano, cerca de 5 toneladas foram apreendidas durante a apuração. A droga chegava ao RS vinda de Mato Grosso, por via terrestre, e a suspeita é de que a origem fosse o Paraguai.
As cargas eram adquiridas em “consórcio” por duas das maiores facções gaúchas: uma do Vale do Sinos e outra originada no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre.
O delegado Rafael Liedtke, da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro, explica que o esquema era sofisticado:
— As facções se uniram para transportar toneladas de drogas e armas para Porto Alegre e Região Metropolitana.
Dois líderes dessas organizações — ambos já presos — teriam coordenado o acordo.
Transportadora está entre os alvos
Uma transportadora da Região Metropolitana também é investigada por participar da logística criminosa. O filho do proprietário, que já está preso, é apontado como chefe do esquema. Durante o cumprimento de mandado, policiais encontraram celulares e drogas dentro da cela dele. Ele deve ser transferido para o módulo de segurança da Pasc.
Os caminhões da empresa seriam usados para transportar as cargas de drogas.
O delegado Adriano Nonnenmacher destaca que os lucros ilícitos ultrapassavam R$ 30 milhões e envolviam dezenas de pessoas, desde líderes até “laranjas”.
Mandados em cinco Estados
As ordens judiciais são cumpridas em 15 cidades do RS— entre elas Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul e Alvorada — e também em municípios de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rondônia.
Conforme o Denarc, a organização recrutava pessoas de outros Estados para facilitar o transporte de drogas e a lavagem de dinheiro.
— Esta fase da operação atinge a alta cúpula do narcotráfico gaúcho após um ano de investigação — afirma o delegado Alencar Carraro, diretor do Denarc.
GZH
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