Formoso – MG – O plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre o suco de laranja do Brasil a partir de 1º de agosto pode causar prejuízos severos ao setor citrícola brasileiro. Diante da queda nos preços e da incerteza sobre o mercado externo, produtores já cogitam deixar laranjas apodrecerem nos pés.
Exportação ameaçada
Os EUA compram 42% do suco de laranja exportado pelo Brasil, um mercado que movimentou US$ 1,31 bilhão na última safra. Com a tarifa, o custo de entrada no país aumentaria mais de 500%, tornando o produto brasileiro praticamente inviável.
Impacto direto no campo
Na região de Formoso (MG), produtores relatam que os preços caíram para R$ 44 por caixa — quase metade do valor de um ano atrás. O custo da colheita, em muitos casos, já não compensa. “Pode sobrar fruto no pé”, disse o produtor Fabrício Vidal.
Mercado limitado
Atualmente, o Brasil vende suco de laranja para cerca de 40 países — muito menos que mercados como o de carne bovina. A União Europeia já compra mais da metade das exportações brasileiras e pouco pode ampliar essa fatia. Países como China, Índia e Coreia do Sul impõem barreiras tarifárias ou têm baixa demanda.
Empresas e Justiça contra a medida
Empresas dos EUA, como a Johanna Foods, já contestam as tarifas na Justiça. A medida também afeta gigantes como Coca-Cola e Pepsi, que compram boa parte do suco brasileiro. A “triangulação” via Costa Rica, usada para evitar impostos, pode não ser mais viável segundo as regras da OCDE.
Incerteza e risco
Com a safra avançando, produtores dizem que encontrar novos mercados “não acontece do dia para a noite”. A incerteza é grande, e a combinação de tarifa alta, excesso de oferta e baixa remuneração ameaça paralisar parte da colheita. (CNN)
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