Geral – O avanço das cotas raciais transformou o ensino superior e levou a presença de estudantes negros de cerca de 13% para algo perto de 43% nas universidades públicas. A formação aumentou, mas esse salto ainda não aparece com força no mercado de trabalho, onde a presença em cargos de liderança segue baixa. É o que avalia Fernando Soares, gerente de projetos, operações e dados do Movimento pela Equidade Racial, que falou sobre o tema ao Jornal da CBN.
A diferença entre igualdade e equidade
Soares explica que igualdade é oferecer o mesmo ponto de partida. Já equidade reconhece que grupos distintos carregam histórias e contextos diferentes. Ele diz que corrigir esse descompasso é o que permite que o talento apareça de forma justa. “Trabalhar a equidade é entender que pessoas diferentes tiveram acessos a oportunidades diferentes e a gente corrige esse acesso”, disse, reforçando que a sociedade ganha quando todos conseguem desenvolver seu potencial.
Os obstáculos dentro das empresas
Para ele, o desafio maior está na intencionalidade das empresas. Isso inclui rever recrutamento, promoção e os vieses internos. O Mover, que reúne grandes corporações, passou de 53 para 60 associadas em 2024 e já garantiu a promoção de 2.568 profissionais negros a posições de liderança. Mesmo assim, a lacuna aparece com mais força nos cargos de diretoria, onde o avanço ainda é lento.
O reflexo no topo das organizações
Soares afirma que a presença negra no consumo de alto padrão, restaurantes, shoppings e serviços, mostra como ainda há desigualdade estrutural. No mercado de trabalho, ele diz que a base das grandes empresas já reflete a realidade brasileira, com mais de 50% de profissionais negros. Mas, quanto mais alto o cargo, menor fica essa presença. A expectativa do movimento é que práticas de diversidade mais estruturadas façam esse cenário mudar nos próximos anos.
Fonte: CBN
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