Northamptonshire – Inglaterra – Um novo documentário da BBC revela a rotina de abusos vivida por centenas de pessoas que fizeram parte do Exército de Jesus, uma seita cristã fundada em 1969 e extinta oficialmente cinco anos atrás. A produção ouve sobreviventes que relatam violência sexual, humilhações públicas e uso de poder religioso para controle total da vida dos membros.
Abusos começaram na infância
O movimento reunia até 3 mil pessoas e vendia a imagem de uma igreja vibrante e comunitária. Mas por trás do uniforme militar colorido e dos ônibus com as cores do arco-íris, havia uma realidade brutal. Crianças eram separadas dos pais, dopadas, submetidas a surras diárias e conviviam com adultos desconhecidos, incluindo usuários de drogas. Uma em cada seis crianças sofreu abuso sexual, segundo relatos reunidos por cerca de 600 vítimas.
Fundador era chamado de “pedófilo predatório”
O documentário revela que Noel Stanton, líder e fundador do grupo, abusava de jovens e acobertava os crimes de outros membros da liderança. Stanton morreu em 2009 sem nunca ser responsabilizado judicialmente. Um ex-ancião entregou documentos à BBC que o acusam formalmente de estupro e abuso.
Culpa, silêncio e manipulação
A diretora Ellena Wood ouviu mais de 80 vítimas, muitas das quais ainda sofrem traumas profundos. Segundo ela, os membros eram levados a sentir culpa pelos abusos sofridos e temiam o inferno caso deixassem o grupo. “Nada é preto no branco, mas o silêncio da liderança diante dos crimes é imperdoável”, disse.
Pedido de desculpas e indenizações
A Fundação Fraternidade de Jesus, que administra os assuntos remanescentes da seita, ofereceu desculpas públicas. Um programa de indenizações pagou cerca de R$ 89 mil a cada uma das centenas de vítimas reconhecidas.
Fonte: BBC.
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