Brasília – DF – A Polícia Federal identificou movimentação de R$ 44,28 milhões nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro entre março de 2023 e junho de 2025. Só pelo Pix, foram R$ 20 milhões. O relatório, baseado em dados do Coaf, foi entregue ao STF no inquérito que apura coação no processo sobre a tentativa de golpe de Estado.
As transações consideradas suspeitas
Das 50 operações apontadas pelo Coaf, quatro estão ligadas a contas de Bolsonaro e quatro a contas de Eduardo. As outras 42 envolvem terceiros, mas com indícios de ligação à família. Entre os repasses, a PF destaca R$ 2,1 milhões enviados a Eduardo entre dezembro de 2024 e junho de 2025, sendo R$ 2 milhões em uma única transferência em maio, e R$ 2 milhões transferidos a Michelle Bolsonaro em 4 de junho, um dia antes do depoimento do ex-presidente à Polícia Federal. Outros filhos também receberam valores: Jair Renan (R$ 62 mil) e Carlos (R$ 78 mil).
O uso das esposas e a compra de dólares
Os investigadores afirmam que Bolsonaro e Eduardo utilizaram as esposas como “laranjas” para escamotear recursos. Eduardo, por exemplo, repassou R$ 200 mil para Heloísa Bolsonaro logo após receber R$ 2 milhões do pai. Já Michelle foi destinatária de outro repasse milionário em meio às investigações. Em julho, a PF encontrou US$ 13,4 mil em espécie na casa de Bolsonaro, distribuídos em quarto e escritório. O ex-presidente teria comprado moeda estrangeira de forma fracionada entre janeiro e julho de 2025, somando R$ 105,9 mil, apesar de estar proibido de deixar o país desde fevereiro de 2024.
O volume em espécie e os alertas
Bolsonaro também fez 40 saques em dinheiro vivo no período, totalizando R$ 130,8 mil. Para a PF, a grande quantidade de transações em espécie e a utilização de esposas como “contas de passagem” reforçam indícios de lavagem de dinheiro e tentativas de evitar bloqueios. O relatório aponta que os recursos teriam dado suporte a atividades ilícitas de Eduardo no exterior.
O papel do Coaf
O Coaf, que é a Unidade de Inteligência Financeira do Brasil, produziu os relatórios que embasam a apuração. Eles podem ser espontâneos, quando detectam irregularidades sozinhos, ou de intercâmbio, quando solicitados pelas autoridades.
O outro lado
A defesa de Bolsonaro foi procurada para comentar o relatório, mas não respondeu até a publicação. O posicionamento será incluído assim que for enviado.

Fonte: Poder360.
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