Rio de Janeiro – RJ – (Região Metropolitana) – A Operação Contenção, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, continua gerando choque e divisão no país. Mesmo com o alto número de mortes, pesquisas indicam que a maioria dos fluminenses aprovou a ação policial.
O medo e a lógica da barbárie
Segundo o sociólogo Daniel Hirata, da Universidade Federal Fluminense, o apoio vem tanto das classes médias assustadas quanto de moradores das favelas, que vivem sob domínio de grupos armados. “As pessoas estão com medo e querem que algo seja feito, mesmo que saibam que não resolve o problema”, explica.
A banalização da violência
Hirata critica a forma como a imprensa tratou o episódio e alerta para a naturalização da barbárie. Para ele, o país passou a aceitar massacres como rotina e ignora que o combate ao crime precisa atingir as redes políticas e econômicas que sustentam essas facções, e não apenas os mais pobres.
Uma espécie de espetáculo
“Há uma adesão por parte das pessoas mais abastadas. Normalmente brancas, que moram em lugares onde esse tipo de violência não ocorre e o que aparece na televisão é uma espécie de espetáculo para elas. Tanto no momento durante quanto no pós-operação daquele tamanho, com aquele nível de brutalidade. Essas pessoas fazem uma associação entre o que elas têm como percepção para a segurança pública, como, por exemplo, o celular roubado, e aquilo que elas estão vendo na televisão. É muito estranho, mas essa questão da percepção de segurança pública, isso, diversas pesquisas já mostraram que está diretamente relacionada à violência objetiva”.
Fonte: Pauta Pública.
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