Buenos Aires – Argentina – As últimas semanas foram marcadas por turbulência para o presidente Javier Milei. Um escândalo de corrupção envolvendo sua irmã e secretária, Karina Milei, a queda nos índices de confiança e até ataques com pedras em um ato público colocaram o governo sob forte pressão a poucos dias das eleições provinciais e a dois meses do pleito legislativo de meio de mandato.
O escândalo da irmã
Áudios vazados acusam Karina Milei de ter recebido subornos ligados à compra de medicamentos na Agência Nacional de Incapacidade. O ex-diretor do órgão, Diego Spagnuolo, destituído após as revelações, afirmou que a secretária ficava com “3%” dos contratos. A Justiça já ordenou mandados de busca e apreendeu celulares de envolvidos, enquanto o presidente nega as acusações e promete levar o caso aos tribunais.
A perda de apoio
O Índice de Confiança no Governo caiu 13,6% em agosto, segundo a Universidade Torcuato di Tella, e pesquisas apontam queda de oito pontos na imagem de Milei em seis semanas. Hoje, ele aparece atrás de Axel Kicillof e Cristina Kirchner no ranking de líderes políticos. Analistas indicam que a crise de credibilidade se soma à piora do risco país, que voltou a ultrapassar 800 pontos, dificultando o acesso a crédito internacional.
O cenário legislativo
No Congresso, Milei sofreu derrotas em série. A Câmara Baixa derrubou veto a uma lei que amplia recursos para pessoas com incapacidade e o Senado rejeitou decretos de ajuste fiscal, aprovando mais verbas para saúde e universidades. O próprio presidente foi alvo de hostilidade nas ruas: em Buenos Aires, manifestantes cercaram sua comitiva e atiraram pedras, forçando a suspensão de um ato de campanha.
O desafio eleitoral
O partido A Liberdade Avança, que antes aparecia como favorito, agora enfrenta incertezas. Com 62,5% da população acreditando que os áudios revelam corrupção no governo, Milei aposta no discurso de que há uma operação política e risco de fraude. As eleições de 7 de setembro, nas províncias, e de 26 de outubro, no Legislativo, serão decisivas para medir o capital político do presidente e sua capacidade de buscar reeleição em 2027.
Fonte: BBC News Mundo.
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