Aline Pereira Ghammachi, brasileira do Amapá, foi afastada do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, após comentários sobre sua aparência e uma carta anônima enviada ao papa Francisco. Frei Mauro Giuseppe Lepori, superior da ordem, dizia que Aline era “bonita demais para ser freira”, expondo a religiosa ao ridículo diante das colegas. Aline, que assumiu o mosteiro aos 33 anos, nega todas as acusações de abuso e afirma ter sido alvo de machismo e preconceito por ser jovem, mulher e brasileira.
Aline perdeu o cargo em abril, logo após a morte do papa Francisco. A nova abadessa chegou afirmando agir em nome dele, mesmo após seu falecimento. A decisão provocou uma crise: onze das 22 religiosas abandonaram o mosteiro. Algumas freiras foram à polícia denunciar a pressão e a falta de explicações formais para a troca de liderança. Uma delas, Maria Paola Dal Zotto, defendeu Aline publicamente, afirmando que a ex-abadessa era alvo de calúnias e injustiças.
Sem julgamento e sem direito de defesa, Aline recorre ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, afirmando que sua aparência foi usada como justificativa para destituí-la. Ela vê na eleição do papa Leão XIV uma esperança por sua formação em direito canônico. Um benfeitor ofereceu uma nova casa para que as freiras afastadas continuem seu trabalho social. “Vamos recomeçar do zero, mas com dignidade e fé”, afirma Aline.
Fonte: Folha de São Paulo.
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