Bagé – Murilo Vieira dos Santos (24 anos), morreu depois que a égua que montava pisou no cabo energizado da CEEE Equatorial. Ele caiu sobre o fio e foi eletrocutado.
Seu corpo ficou recebendo choques elétricos por três horas até que a energia fosse desligada pela empresa. A primeira equipe da companhia chegou ao local uma hora após o acidente, mas não tinha os equipamentos necessários para desligar a energia.
A empresa CEEE Equatorial recebeu três chamados para reparo em um fio de alta tensão que se rompeu em Bagé, na semana passada, causando a morte de Murilo.
Apesar dos chamados, a empresa não emitiu ordem de serviço para consertar a rede elétrica. Os chamados foram encaminhados para uma central da empresa em Porto Alegre, porém sem que uma equipe local fosse despachada.
O delegado Caio Imamura está investigando o caso, tratando-o como homicídio culposo e quer entender a dinâmica de atuação da companhia.
O delegado já ouviu os amigos de Murilo, sua família, técnicos no local e está investigando as solicitações de reparos feitas à CEEE durante um vendaval anterior.

Nesta quarta-feira, gerentes regionais da empresa e executivos de empresas terceirizadas irão depor. Duas ciclistas que realizaram o terceiro chamado também receberão intimações.
A empresa se comprometeu a colaborar com as investigações, mas aguarda o laudo da necropsia para saber a causa da morte de Murilo, que tinha queimaduras profundas devido à exposição à alta tensão.

A CEEE Equatorial pagou os custos do funeral, mas a família planeja entrar com uma ação de responsabilidade civil contra a empresa. A companhia afirmou que está dando suporte à família e aguarda a investigação sobre as causas do acidente.


