Cacequi – RS – A cidade vive um dos momentos mais tensos de sua política recente desde o afastamento da prefeita Ana Paula, MPB, quando o vice-prefeito Edson Fragoso assumiu o comando do município. Mesmo pertencendo à mesma coligação, os dois lados entraram em um confronto aberto. Ana Paula e seu esposo, Ender del Olmo, acusam o prefeito interino de uma série de irregularidades e sustentam que o decreto de emergência financeira, que aponta 46 milhões em dívidas, não deve ser levado a sério, afirmando que o documento serviu apenas para justificar demissões em massa e cortes de serviços.


O ponto mais grave do embate envolve o Hospital de Cacequi
Segundo o grupo ligado à prefeita afastada, Edson Fragoso anulou um leilão legal logo após assumir o cargo e teria beneficiado a própria família ao devolver a unidade para antigos proprietários. A denúncia se estende ao Pronto Atendimento, com a alegação de que o serviço deve ser entregue à iniciativa privada, o que pode gerar ainda mais desemprego.
Diante desse cenário, aliados, simpatizantes, correligionários e parte da comunidade foram às ruas protestar contra o possível fechamento do PA e pedir o retorno de Ana Paula ao cargo. Ela permanece afastada por decisão do Ministério Público, enquanto a cidade se divide entre versões, acusações e atos públicos que expõem a crise política instalada no município. Veja o que disse em uma live o esposo da prefeita, senhor Ender del Olmo.

O caso do hospital
“A Ana Paula foi a única prefeita da história que governou lado a lado com o vice, no mesmo gabinete. E foi justamente por isso que tomou o maior golpe político que essa cidade já viu. A maior pilantragem; foi com o dinheiro de vocês: a compra do hospital, que havia sido desapropriado para servir à comunidade. Mas o primeiro ato do Edson Fragoso foi devolver o hospital para a Vanessa Fragoso e colocar tudo de novo na mão da família dele, fazendo o povo de bobo”, diz del Olmo.

“Esse hospital tem convênios com Estado, município e União, movimentando entre 10 e 15 milhões por ano. Em 10 anos, são 150 milhões. Ele não fala disso, mas persegue pessoas, desemprega trabalhadores, corta cesta básica, corta serviços. Fala em economia atrás da Bíblia, mas responde processos. Usaram a Ana Paula para aparecer lá, para encobrir tudo isso”.

Só paro no dia em que me matarem
“O Edson me denunciou porque eu falo as verdades. Denunciou o vereador Pinduca, que também fala as verdades. E eu vou seguir falando. Só paro o dia que me matarem. Moro aqui há 45 anos, ao lado do meu pai. Nunca roubamos nada de ninguém. Revisaram nossas contas de cima a baixo. 10 das contas do Paulo Ricardo, das minhas, da Maria Clara, da Ana Paula, da nossa empresa, e não acharam um único real fora do lugar”, diz del Olmo.
“Se a Ana Paula não comprasse o hospital e não batesse de frente com os poderosos de Cacequi, com essa máfia de vigaristas que manda aqui, ela estaria prefeita até hoje. Mas ela foi a única que enfrentou essa gente. E isso incomoda”, diz del Olmo.

O caso do PA
“O PA municipal é outro exemplo. A Ana fez funcionar. Hoje inventam que custa 500 mil por mês, mas o gasto real é entre 200 e 230 mil. Por que inventam isso? Para devolver o PA para a Vanessa Fragoso e para o irmão dele, que vão ganhar mais 100 mil por mês. Querem levar o custo para 330 mil, sendo que hoje, com 200 mil, o atendimento é excelente”, diz del Olmo.
A máfia de Cacequi
“Cacequi vive isso porque sempre teve essa “praga de madrinha”. Mas na gestão da Ana Paula foram feitos mais de 100 trechos de calçamento, valorizando vilas, idosos, famílias inteiras. A cidade mudou. E mesmo assim deram o golpe. Porque Ana Paula tinha potencial para ser deputada estadual com a força que vinha crescendo. E o que fizeram? O que a máfia de Cacequi sempre faz: derruba quem trabalha pelo povo.”
540 denúncias
Eu e Ana Paula não quisemos comprar o hospital no leilão junto com eles. Seria 100 mil para cada um. Não aceitamos. O hospital vale 2 milhões e foi vendido por 800 mil. Se tivéssemos entrado na negociata, a Ana Paula estaria prefeita hoje. Eles armaram essa trama desde outubro. Visitamos as casas, e as pessoas diziam que o Edson falava abertamente que a Ana não passaria daquele mês no governo. Foram feitas 540 denúncias contra a Ana Paula e não acharam nada”.
“Aí os poderosos foram até a Quarta Câmara, armaram operação, vieram na minha casa, na casa da Ana Paula, na casa do meu pai, um homem honesto. Nós não somos como o Edson Fragoso. Somos honestos. E mesmo assim fizeram isso. É por isso que eu me revolto. Dá nojo, pessoal. Mas se a eleição fosse hoje, a Ana Paula faria 90%”, diz del Olmo.
O NP está à disposição para o contraponto do senhor Edson Fragoso.
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