(João Lemes) Eduardo Bolsonaro resolveu culpar Alexandre de Moraes pelas novas tarifas impostas pelos EUA contra o Brasil, como se o ministro tivesse ligações diretas com a Casa Branca. Ao mesmo tempo, pede anistia ao pai como saída institucional para a crise. É o tipo de discurso que tenta transformar vilão em vítima. Mas o que temos, na prática, é um Donald Trump mandando um recado ao Supremo e ao governo Lula, com uma retórica raivosa e pouco diplomática. O problema é que esse recado, se levado a sério, atinge o país inteiro.
O prejuízo coletivo
Enquanto Lula manteve distância de Trump, Eduardo e a família Bolsonaro seguiram em campanha paralela nos EUA, vestindo bonés e tentando ganhar apoio para o patriarca. Agora, com a carta agressiva e as tarifas salgadas, tudo pode virar contra eles.
A narrativa bolsonarista, que flerta com um alinhamento automático a Trump, parece ter provocado um efeito colateral: a interferência direta do ex-presidente americano nas relações entre os dois países. E isso, se confirmado, é grave. Não é um gesto contra Lula, é um gesto contra o Brasil. E aqui cabe dizer que cada país resolve seus problemas, tem a sua forma de julgamento e o nosso é bem grandinho para andar sozinho.
A bola com Lula e os diplomatas
Mas será que o governo Lula não vai acabar tirando proveito político interno desse tarifaço? Não vai transformar esse ataque em trunfo político, mostrando que o extremismo de Trump e a aproximação da família Bolsonaro com ele trouxeram consequências reais para o povo.
A dúvida é se essa briga nas alturas vai chegar até quem mais importa: o andar de baixo, que pode pagar a conta com desemprego, inflação ou retração. Lula e Celso Amorim terão que jogar pesado para evitar novos danos. Afinal, enquanto o 03 fala em “Tarifa-Moraes”, quem sente no bolso é o cidadão comum.
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