Por isso o humorismo de palco e de vídeos se revolta com o que aconteceu agora com a condenação do piadista Léo Lins por suas falas preconceituosas e criminosas.
(Araponga) Romeu Zema resolveu filosofar sobre a ditadura militar e saiu com a pérola: “depende do ponto de vista”. A fala não é apenas perigosa — é reveladora. Ao flertar com o negacionismo histórico, Zema tenta se posicionar como o novo herdeiro da direita radical, o Bolsonaro polido de Minas. Mas negar o óbvio histórico não é inteligência política — é cretinice estratégica.
O riso como veneno disfarçado
Enquanto isso, do lado do “entretenimento”, temos os palhaços do stand-up — que insistem em confundir liberdade de expressão com liberdade de agressão. A condenação de Léo Lins por piadas criminosas contra pessoas com deficiência, nordestinos e soropositivos foi tratada por colegas como censura. Mas não é censura. É limite. E todo limite existe porque alguém ultrapassou o razoável.
O Brasil do deboche e da desculpa
O humor virou desculpa para a barbárie. E o negacionismo virou bandeira para quem quer crescer surfando na ignorância. Zema, com sua tese da “ditadura de perspectiva”, e humoristas que acham graça no sofrimento alheio são lados de uma mesma moeda: a da banalização da violência simbólica. O problema não está só na piada ou na fala. Está no aplauso.
A sociedade que ri e não pensa
Quando o riso vira zombaria e a memória vira dúvida, o que resta é um país desorientado. Um país onde se discute se houve ou não ditadura, enquanto se ri de quem sofre com as marcas deixadas por ela. O Brasil precisa de crítica, de arte e de coragem. Mas anda cheio de Zemas e Lins demais — e de aplausos de menos para quem enfrenta o poder sem humilhar ninguém. (Com dados do Canal Brasil 247)
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