Santa Maria – RS – Um inquérito do Ministério Público Militar revelou que o 1º Regimento de Carros de Combate (1º RCC) mantinha uma reserva informal de dinheiro, alimentada pela venda de ingressos para festas, doações de empresas e até comercialização de roupas. Esses recursos eram armazenados em um cofre dentro da unidade. Oficiais confirmaram que os valores não eram declarados e serviam para custear festividades, incluindo bebidas alcoólicas e aluguel de brinquedos. Apesar da gravidade, ninguém foi punido criminalmente.
Militares atuavam como garçons e buscaram vinhos em vinícolas
O inquérito também apontou o uso de soldados da ativa como garçons, cozinheiros e motoristas para buscar vinhos destinados às festas da chamada “Confraria da Cavalaria”. Houve ainda desvio de alimentos da tropa para jantares sociais, prática proibida pelas normas do Exército. Empresas como McDonald’s e Banco Alfa foram acionadas para contribuir com os eventos, o que gerou questionamentos sobre possíveis interesses contratuais com a Força. O então comandante da unidade admitiu as irregularidades e disse que os pedidos de patrocínio eram do conhecimento do escalão superior.
MP arquiva caso e diz que festas justificam irregularidades
Mesmo reconhecendo o uso indevido de recursos e de militares, o Ministério Público Federal decidiu arquivar o caso. Segundo o órgão, apesar das condutas serem “tecnicamente irregulares”, não se comprovou dolo nem má-fé. O relatório final sustenta que as ações foram justificadas pelas limitações enfrentadas na gestão da unidade. Ainda assim, o MP destacou que práticas como essa evidenciam problemas estruturais nas Forças Armadas, principalmente no uso de recursos públicos em atividades que fogem da missão constitucional da instituição. (A Revista Sociedade Militar)



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