Manoel Viana – RS – Um voto apenas. Foi o que restou de coragem no plenário da Câmara diante da proposta de reduzir em 20% o valor das diárias de viagem. A vereadora Solange Melo (PDT) ficou sozinha, em meio a uma maioria que preferiu defender os votos dos servidores, acreditando que as diárias sejam complemento de salário, e ignorando o clamor por mais responsabilidade no gasto público.
Solange mostrou clareza ao dizer que uma diária de R$ 536 não se justifica quando, em Porto Alegre, é possível custear hotel e alimentação por menos da metade. Seu voto foi quase um manifesto contra a distorção que virou regra: usar a diária como renda extra. Enquanto ela se expôs ao julgamento dos eleitores, os colegas preferiram se abster, fugir ou votar contra. A abstenção de Ricardinho (PDT) e a posição já declarada de Luner Martinez (MDB) apenas reforçam o descompromisso com a mudança.
A Câmara perdeu a chance de dar exemplo. O prefeito Flávio Busnelo Careca tentou adequar as cosias e acabou derrotado. Restou o gesto solitário de uma vereadora consciente de que seria alvo de críticas. Nessa história, o que deveria ser um corte na carne virou um prato cheio de incoerência.
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