São Francisco de Assis – RS – No Toroquá, interior de São Chico, onde a água foi implacável, o cenário é de destruição. Galpões arrasados, maquinário perdido, campos cobertos de lama. A força do rio foi tanta que levou tudo que encontrou pela frente. Mas em meio a esse rastro de perdas, um detalhe chamou a atenção do fotógrafo assisense Francisco Haigert, o Tuia, durante seu trabalho de registro.
A gruta que resistiu
Em uma propriedade devastada, a água avançou sem piedade. Chegou aos galpões, varreu ferramentas, cercas e até veículos. Mas parou num ponto: a pequena gruta com a imagem da santa de dona Sandra Buzata. A cena impressionou. A santinha permaneceu de pé, intacta, com o terço azul ainda pendurado. Um milagre, disseram os moradores. Para Tuia, mais do que um registro, foi um testemunho da fé: “Onde a água parou e a fé permaneceu. É hora de se levantar.”
Um milagre que fica no coração
“Testemunhar que no meio da perda existe a força da fé. Que mesmo quando tudo parece desabar, há um limite, um ponto onde a gente acredita que algo maior coloca as mãos e diz: ‘Daqui, não passa.’ Enquanto ela me contava, as lágrimas voltavam a descer, mas agora misturadas com uma expressão de gratidão. A fé da dona Sandra não reconstrói galpões, não devolve o trator, nem apaga o trauma. Mas é ela que sustenta cada manhã que ainda vai nascer. E eu, só posso agradecer por ter visto com meus próprios olhos que, às vezes, o milagre não é só o que se salva, mas o que permanece dentro da gente.” (Tuia)
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